quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Demência: O Tema Tabu do Futebol

É curioso que, ainda por estes dias, aquando da morte do grande goleador e cabeceador do FC Porto, Fernando Gomes, falava precisamente que jogador da bola não morre de velho.

Estou em crer que o maior tabu do futebol é que não existe homossexualidade na modalidade. "O futebol é para homens de barba rija", "o futebol não é para meninas", dizia-se. Infelizmente os homens que hoje jogam à bola transformaram-se numas meninas teatrais e o futebol feminino envergonha-os jogando um futebol muito mais limpo e com mais tempo útil de jogo. 

Mas o outro tabu de que não se fala é, e que encontrei este bom artigo no jornal espanhol El País é a demência no futebol:


O facto de as doenças neurodegenerativas serem pouco faladas em Espanha no vasto universo do futebol não torna o assunto menos ou inexistente. Acostumado à chuva massiva de publicidade positiva, o futebol tem pavor de enfrentar desafios incómodos.

"Dos 11 titulares da seleção inglesa que venceu a Copa do Mundo de 1966, só sobreviveram o atacante Geoff Hurst e Bobby Charlton, diagnosticados com demência em 2020. Quatro outros jogadores -Jack Charlton, Ramon Wilson, Nobby Stiles e Martin Peters- morreram depois de muito tempo processos de demência. É uma desproporção assustadora.

Em 2002, morreu com 59 anos Jeff Astle, antigo avançado do West Bromwich e da selecção inglesa. Uma autopsia realizada em 2014 revelou que sofria de encefalopatía crónica traumática, conhecida anteriormente como demência pugilística

Fidel Uriarte e Txetxu Rojo, dois jogadores extraordinários, rapidamente forjaram a lendária ala esquerda do Athletic nos anos 1960, novamente na memória dos adeptos após a recente morte de Rojo, aos 75 anos. Em 2016, Fidel Uriarte morreu, aos 71 anos. Ambos eram afetados por doenças neurodegenerativas, muito comuns no futebol para enterrar sua importância".

Toda a gente sabe disto mas não se fala. Enterra-se a cabeça na areia e fazermos de conta que o problema não existe. E os papás? que metem os filhinhos nas escolas de futebol? Gostam assim tanto deles, ou acham que é mais importante que possam vir a ganhar muito dinheiro a ter uma vida com saúde?

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