sábado, 29 de fevereiro de 2020

Escravos na Roda Gigante

No domingo fui dar uma volta sozinho. Em pleno Inverno o termómetro da carroça marcava 24 graus, motivo para eu sair de calções cinzentos, camisola de manga curta preta e pulseira celta no pulso.

Como já andava há algum tempo para querer passar no Parque de São Roque para ver como ficou o restauro do Palacete Ramos Pinto decidi-me a passar por lá. Visto e fotografado o palacete repintado de amarelo e revisto o parque, resolvi pegar na bicicleta e fazer os passadiços de Rio Tinto que abriram há uns meses e que também tinha alguma curiosidade de ver como ficou a obra.



Enquanto pedalava devagar ia olhando para toda aquela gente. Uns a caminhar sozinhos, outros acompanhados; uns a passear o cão, outros de bicicleta como eu, outros a passear os filhos pequenos... Cada uma daquelas pessoas no seu momento de lazer.

E pensei para com os meus cabelos brancos:

"Aqui estão os escravos humanos, quais ratos de estimação do capitalismo, na sua gaiola dourada, aqui, no seu momento de prazer e aparente liberdade, correndo na roda gigante sem parar e sem chegar a lado nenhum, tentando aproveitar estas míseras duas horas de sol para amanhã voltarem para a prisão do trabalho".

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