Há filmes que, por este ou aquele motivo, nos ficam na memória por muitos anos.
Estávamos em 2001, ano do Dragão (e também eu nasci num ano do Dragão) quando fui ao cinema ver o filme "O Tigre e o Dragão" de Ang Lee. Já não sei ao certo de quem terá sido a escolha do filme, se minha se dela, mas suspeito que terá sido minha.
À primeira vista é só mais um filme de artes marciais de exímios guerreiros(as) com espadas, que levantam voo e saltam por cima de casas e andam sobre florestas de bambus. Mas o filme é muito mais que efeitos especiais e muito mais que artes marciais. Este filme é bem mais que um Matrix asiático. Tal como está descrito na sinopse do filme, O Tigre e o Dragão é um filme de amor:
Dois romances ligados às artes marciais, um incapaz de reconhecer o seu amor e o outro vivendo uma relação apaixonada, cruzam-se num cenário de crime e de disputas políticas da China Imperial, quando a preciosa espada "Destino Verde" é roubada. À medida que cada guerreiro luta pela justiça, depara-se com o seu maior inimigo - e o inevitável e sofredor poder do amor...
De diferentes filmes que vi no cinema guardo diversas memórias e diferentes sensações que me causaram. E o final deste filme, e talvez não consiga explicar bem porquê, teve o condão de me causar um grande impacto emocional. Ainda bem antes da cena final e de se perceber o que iria acontecer em seguida, já os meus olhos se enchiam de lágrimas...
Revi o filme por estes dias. Foi o segundo filme do ano que (re)vi. O primeiro foi o Cyrano de Bergerac (1990). E ao rever o Tigre e o Dragão, mal ouvi o nome Li Bu Mai como que fui, de novo, transportado no tempo para aquela sala de cinema.
Não há eternidade nas coisas que podemos tocar. O meu mestre costumava dizer:
Não há nada a que nos possamos agarrar neste mundo. Só deixando ir é que podemos possuir o que é real".
Mesmo para um velho tauísta como tu, nem tudo é real. Quando me seguravas a mão, isso não era real?
A tua mão é fria e tem calos de praticares com a faca. Todos estes anos nunca tive coragem de lhe tocar. Há tigres aninhados e dragões escondidos no submundo, tal como os sentimentos. As espadas e as facas têm perigos escondidos, tal como as relações humanas.
Eu dei a Espada Verde do Destino com sinceridade, mas trouxe-nos problemas.
Reprimir os sentimentos só os torna mais fortes.
Eu não posso reprimir o meu desejo. Quero estar contigo. Estar sentado assim, dá-me uma sensação de paz.
O Tigre e o Dragão teve dez nomeações aos Oscares e é considerado por alguns críticos como um dos melhores filmes de sempre. Para mim, mais importante que a crítica mais ou menos positiva é tratar-se de um dos meus filmes preferidos.
E esta é a publicação 1000 deste blogue.
Também nasci num ano do Dragão...
ResponderEliminare também gosto muito deste filme.
Curioso :)
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