No próximo dia 9 de Março, passam dois anos que Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República. Marcelo tem um estilo completamente diferente, para melhor, do seu antecessor Cavaco Silva. Se Cavaco passava meses a fio calado, dando quase a impressão que Portugal não tinha presidente, ou então só abrindo a boca para comer bolo rei ou dizer coisas tão absurdas como não conseguir viver com 15 mil euros por mês, ou para falar no sorriso das vacas, já Marcelo é o oposto. O homem mais parece um vendedor que anda na estrada a fazer entregas, e que passa por todas as estações e apeadeiros.
Se os nossos presidentes tivessem, tal os nossos réis tiveram cognome, Marcelo já teria ganho o seu. Marcelo como presidente dos afetos, seria "O afetuoso". Com ele há sempre um abraço e um beijinho para dar em todo o lado e montes de fotografias para tirar. Ele tem abraçado tanta gente que até ganhou uma hérnia e teve de ser operado recentemente hum hospital público, pago com o nosso dinheiro, apesar de, enquanto deputado ter votado contra o Sistema Nacional de Saúde. São ironias da vida.
Contudo, há uma pergunta que deixo e que responda quem souber responder: por que é que Marcelo não foi a Sacavém dar um abraço às trabalhadoras da Triumph que estiveram em luta desde o início do mês? Porquê? Será que a luta delas não era digna de serem abraçadas e por quem se devesse mostrar solidariedade?
Quando temos um presidente que é "hiperativo", tal como lhe chamam os média, e que simplesmente está em todo o lado, depois dá muito nas vistas quando não vai a algum lado, onde se calhar, até tinha obrigação de ir. E coincidentemente Marcelo também não esteve na luta dos trabalhadores dos CTT e da PT. Todos têm direito a um abraço, mas parece que os trabalhadores não têm direito.
Marcelo tem muitos afetos para dar, mas não são para todos. Marcelo é um presidente, mas de afetos seletivos.
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