A Morgane é alta. Bom, pelo menos é mais alta que eu, e em Portugal acho que é considerada uma mulher alta. Trazia um gorro na cabeça que lhe escondia os cabelos castanhos claros, volumosos, e vestia um casaco castanho por cima de uma camisa branca, e umas calças com cintura subida, também castanhas, que lhe ficavam justinhas nas nádegas. Gostei particularmente dos sapatos, Doc Martens vermelho-escuro, com aquele picotado caraterístico à volta, a fazer lembrar os modelos de algumas décadas atrás.
Enquanto eu guiava pelas ruas do Porto, elas iam conversando em inglês porque ela percebe-nos mas não fala português. Ouvi-a falar com orgulho da região onde vive e da sua floresta. E até pegou no telemóvel e mostrou uma fotografia da paisagem da sua terra. Eu só vi de relance, porque tinha era de estar atento ao trânsito, apesar de ser hora de jantar e as ruas do Porto, apesar do pouco estacionamento, estavam bastante desertas, talvez por aquela hora o FCP estar a jogar no Dragão.
Depois ouvi-a falar de Paris, cidade para onde foi estudar e que detesta. Claro que é muito bom para passear e fazer turismo, e tem magníficos museus e sítios para visitar disse, mas onde ela não gostou de viver. Onde é tudo impessoal e ninguém se preocupa com ninguém. Onde uma mulher pode estar grávida, com uma enorme barriga e ninguém se preocupar em dar-lhe o lugar. Onde já ninguém diz "Bom dia" ao motorista do autocarro e como às vezes se sente quase uma extra-terrestre, quando ficam todos a olhar para ela, só porque quebra essa indiferença e trata as pessoas com educação, tal como deveriam ser sempre tratadas. "It's a human being" disse. É um ser humano que está ali.
Depois ouvi-a falar de Paris, cidade para onde foi estudar e que detesta. Claro que é muito bom para passear e fazer turismo, e tem magníficos museus e sítios para visitar disse, mas onde ela não gostou de viver. Onde é tudo impessoal e ninguém se preocupa com ninguém. Onde uma mulher pode estar grávida, com uma enorme barriga e ninguém se preocupar em dar-lhe o lugar. Onde já ninguém diz "Bom dia" ao motorista do autocarro e como às vezes se sente quase uma extra-terrestre, quando ficam todos a olhar para ela, só porque quebra essa indiferença e trata as pessoas com educação, tal como deveriam ser sempre tratadas. "It's a human being" disse. É um ser humano que está ali.
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