quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Mais Ninguém...

Outubro / 2000

... E daqui a alguns anos quando fores ler isto novamente, vais pensar que eu tinha razão quando dizia que ficaríamos sempre juntos, porque aí já estaremos juntos, a viver juntos, a fazer tudo juntos. Nesse dia vais amar-me ainda mais, e à noite vais abraçar-me e vais pensar: "fomos mesmo feitos um para o outro" e eu vou sussurrar-te ao ouvido: "Eu sei, eu sempre soube"...


Banksy - Londres

Passaram dezassete anos desde que escreveste estas palavras naquele livrinho-diário, de amor eterno, com fotografias, mensagens em folhas que se desdobravam, citações, datas de coisas importantes como o dia em que perdemos a virgindade (e eu já nem fazia ideia quando foi), e onde nem faltam os nossos cabelos, juntos, lado-a-lado. E passado todo este tempo reli de novo as tuas palavras que, logicamente, nem sabia que as iria encontrar. Mas hoje, aqui nesta grande cama onde estou, com o portátil em cima das pernas, não está cá ninguém. E não é que eu precise de alguém para me aquecer, porque, felizmente, até sou um homem bem quentinho. Mas como vês, não estás cá tu para me abraçares nem para me sussurrares ao ouvido o que quer que seja. E se queres saber, não estás cá tu, nem está cá mais ninguém. 

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