"O que é que nós temos vindo a verificar?
Nós temos vindo a verificar que tem vindo a atingir o poder ou a ficar muito perto de o atingir, gente, com um discurso, de uma violência, duma xenofobia extraordinária. E nós muitas vezes interrogamo-nos: mas como é que isto é possível?
E temos muito a ideia que, aquela gente, só pelo seu carisma, convencem as pessoas disto e daquilo. É infinitamente mais complicado. Porque o que acontece é que, o maior sucesso dessas pessoas é, no meio de outras, que têm um mal estar larvar, que encontra - digo eu - uma falsa resposta nas promessas dessas pessoas.
As pessoas sentem-se rejeitadas. As pessoas têm falta de emprego. As pessoas sentem-se ameaçadas num processe que é clássico, o ser humano pelos outros, que é: a vida corre-me mal, de quem é a culpa? É muito mais fácil que a culpa seja de um tipo que tem uma cor diferente. E agora aparece alguém, que vem confirmar digamos assim, essas nossas teorias e diz: se nós nos livrarmos do Outro, nós voltamos ao paraíso perdido. Que é outra das táticas, que é dizer, antigamente é que era bom. E portanto, não é nada de admirar, que haja terreno fértil, para que determinadas ideias (muitas vezes nem são ideias, são puramente slogans) possam medrar, e levar a que se ganhem eleições.
Júlio Machado Vaz / O amor é... / 16/9/2017
Caro Konigvs vou escrever um coment do qual provavelmente discordarás mas tentarei fundamentar o melhor possível.
ResponderEliminarConsidero-me como um gajo de Esquerda, em praticamente todos os níveis menos...no caso da imigração, e atenção sou completamente anti colonial e tenho até a tese louca que os descobrimentos foi das piores coisas em que nos metemos (arrasámos as florestas nacionais, transferimos a nossa identidade colectiva para baixo da linha do equador (luso-tropicalismo) e isso teve e tem graves consequências nos valores de amor e respeito ao património natural; a esquerda no mundo, está perdida desde a queda do muro de Berlim e do aparente domínio do neoliberalismo, passou para as causas fracturantes que hoje já são mais ou menos aceitáveis do que eram há 20 ou 30 anos, mas na sua visão humanista (que tanto progresso gerou e gera)desafia às vezes de forma cega algumas leis básicas do mundo natural entre elas o da sustentabilidade, é um facto indesmentível que não podemos esvaziar o terceiro mundo para o Ocidente sem que isso cause a sua destruição total, não há capacidade de integrar, de dar resposta a tal numero de seres humanos sejam eles pretos, brancos ou arco iris com a agravante de muitos virem de culturas antagónicas aos valores que aqui dizemos defender.
Sempre achei que esta questão tem contornos obscuros a ver com mão de obra abundante e pouco qualificada = a preços mais baixos e trabalho menos qualificado e quiça até ao extremo de destruir o nacionalismo de tantos países visto como um obstáculo a governo supra-nacionais.
É por isso que defendo que a resolução dos problemas passa pelos paises de onde essas massas humanas surgem, tentar parar com a destruição desses países, (geopolitica é uma merda) ajuda-los em tudo o que seja possivel, formar as pessoas, técnicos etc e fazer isto a uma escala tremenda, o tal plano marshall para o terceiro mundo, perdoar dividas externas etc tudo para que a vida lá seja pelo menos tolerável a curto prazo melhorando gradualmente, dito isto a imigração é um fenómeno natural e desejavel, desde que seja sustentavel, e é sustentavel quando existe capacidade e vontade de integrar as pessoas nas sociedades de recepção, fazendo isso de certeza se quebraria muito do racismo e xenofobia vigentes, que infelizmente são manifestações tão humanas como outras quais-queres potenciadas por determinadas circunstancias. Abraço!!