Passei parte deste domingo a bicicletar, junto ao mar, numa conhecida ciclovia do grande Porto. E foi já no percurso de regresso, quando tinha os carros de frente para mim, que me comecei a aperceber - não se esqueçam que eu vivo numa caverna, e há muitas coisas na sociedade dos dias de hoje que me passam ao lado! - mas foi então hoje que me comecei a aperceber, do que se passa nos passeios de carro dos casais.
Na grande maioria dos casos conduz o gaijo. Ao lado vai a mulher, e tanto pode ser namorada, esposa ou companheira com quem vive. É indiferente. Vi casais muito jovens, daqueles que mais parece que ainda nem têm idade para conduzir, e vi casais bem mais velhos, da minha idade por exemplo. E o interessante foi constatar o que se passa, e que me deixou completamente estupefacto. Enquanto ele conduz, ela vai ao lado, com um destes telemóveis do tamanho de uma tablete de chocolate a passar o dedo na coisa, muito provavelmente entretida na internet. Outras ainda tiravam fotografias...
Bom, se calhar já toda a gente sabia disto menos eu.
Eric Pickersgill / Removed Social (figuras ridículas quando retiramos os telemóveis das fotografias) |
Eu sei que sim, nos cafés, restaurantes, no trabalho, já ninguém conversa, estão todos feitos mortos-vivos, siderados, a olhar para aquela bugiganga. Mas os próprios casais? Num carro, num passeio de domingo? Então quando é que se conversa? Mais, quando é que param de olhar para a merda do telemóvel e olham um para o outro?
É que eu saí de uma relação há menos de um ano e felizmente não éramos assim. Aliás, o telemóvel era sempre um empecilho. Tanto as mensagens das amigas dela, que se serviam dela como uma espécie de Guru Espiritual, e precisavam da opinião dela, mesmo que tivesse acontecido uma coisa tão grave como lascar uma unha! ou no meu caso, os alertas da Vodafone que eu já estava farto de receber (e ela também) e entretanto cancelei mesmo a coisa.
Se estávamos um com o outro, aproveitávamos todo esse precioso tempo para estar realmente com o outro, sem interferências. Mesmo que fossem dez horas seguidas, parecia sempre tão pouco tempo, e ir cada um para sua casa, era sempre um suplício.
Então como é que os outros casais desperdiçam assim o tempo deles? Não seria melhor estarem sozinhos, sem o outro, ali a estorvar, para usarem tranquilamente a net? Eu sinceramente acho que mais valia.
É que eu saí de uma relação há menos de um ano e felizmente não éramos assim. Aliás, o telemóvel era sempre um empecilho. Tanto as mensagens das amigas dela, que se serviam dela como uma espécie de Guru Espiritual, e precisavam da opinião dela, mesmo que tivesse acontecido uma coisa tão grave como lascar uma unha! ou no meu caso, os alertas da Vodafone que eu já estava farto de receber (e ela também) e entretanto cancelei mesmo a coisa.
Se estávamos um com o outro, aproveitávamos todo esse precioso tempo para estar realmente com o outro, sem interferências. Mesmo que fossem dez horas seguidas, parecia sempre tão pouco tempo, e ir cada um para sua casa, era sempre um suplício.
Então como é que os outros casais desperdiçam assim o tempo deles? Não seria melhor estarem sozinhos, sem o outro, ali a estorvar, para usarem tranquilamente a net? Eu sinceramente acho que mais valia.
E já agora quando estão a foder? Também vão atualizar o email ou ver o que se passa na rede social? Se calhar sim! "Olha, já que vamos mudar de posição, deixa-me ir aqui ver quantos gostos tem a cena que eu partilhei"! Dizia-me até um colega de trabalho, há não muito tempo (as coisas que eu não sei!) que andava por aí uma moda qualquer de tirarem uma foto depois de pinarem para colocarem no Facebook... Uau!
Por favor tirem-me deste planeta, arranjem-me outro só para mim, para eu ficar lá bem distante. É que é mau demais viver rodeado de outros seres humanos completamente alienados da cabeça.
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