sexta-feira, 11 de março de 2016

Transferir dinheiro à moda antiga

Por estes dias passava pela caixa do correio, e tinha lá um envelope com um nome de uma mulher... Uma gaija escreveu-me? Mas afinal não era ninguém conhecida. E fiquei a olhar para aquilo e fiquei a pensar o que raio seria... Afinal, ainda por cima não tinha comprado nada recentemente. Até que, segundos depois, pensei "tu queres ver que aí dentro tem dinheiro"? Isto porque uma senhora tinha ficado de me pagar por uma compra, e pediu-me a morada para me pagar, mas eu pensei que fosse por vale postal ou algo que o valha.

Acariciei o envelope, e vi logo que o meu faro estava certo! Mas dificilmente alguém suspeitaria o que era. Só que eu ainda sou desse tempo, do tempo em que, quando queríamos comprar alguma coisa, principalmente vindo de fora, não tínhamos grandes alternativas, visto que os bancos roubavam valentes comissões por uma transferência internacional, muitas vezes esse valor era mais alto que o próprio artigo que queríamos comprar! E então um dos métodos mais práticos, era precisamente este, o de enviar dinheiro escondido por carta. 



Fi-lo muitas vezes e nunca tive qualquer problema. Lembro até uma negociação que certa vez fiz num site brasileiro em que, enviei metade do valor do artigo (100 dóllars) entretanto o vendedor enviou-me o artigo, e seguidamente eu enviei a segunda metade do valor. E tudo deu certo. 

Eu engendrava verdadeiras engenhocas para enviar o dinheiro, para que este fosse completamente imperceptível para quem quer que pegasse no envelope. 

Hoje em dia isso já não é preciso. As transferências nacionais (ainda) são gratuitas, e internacionalmente temos, por exemplo, uma coisa chamada Paypal. Mas relembro ainda com saudade, esses tempos, em que ia comprar dóllars à baixa do Porto, enviava-os por carta, ficava à espera que esta chegasse inteira ao destinatário, e só depois é que o vendedor procedia ao envio. 

Nessa altura, as coisas tinham um tempo próprio. Hoje os tempos são outros. Ainda assim, achei muito interessante, que nestes tempos em que pagamos para emprestar dinheiro aos bancos, haja quem transfira dinheiro à moda antiga. 

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