Passava os olhos pelas capas dos jornais, e o cherne Durão, ex-comunista e ex-primeiro-ministro, que abandonou o país, para ir nadar em águas europeias, bem mais ricas que aquilo que as nossas lhe poderiam dar, vem agora, com grande lata, falar da "cultura de excelência" da escola de Salazar. Ainda por cima escolhe o momento certo, quando estamos a duas semanas de comemorarmos os quarenta anos de 25 de abril. E como eu não acredito em coincidências...
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Deus, sempre amigo dos fascistas! |
Eu já nasci depois do antigo regime ter caído da cadeira, não vivi nesse tempo, mas tive pais e avós, e sei muito bem, ao contrário de alguns, que sempre viveram numa bolha e protegidos da realidade o que se passava na altura. A cultura de excelência da escola dos fascistas, era uma criança ter de andar a trabalhar no campo de manhã bem cedo, para ajudar os seus pais, e depois ir para a escola quando calhasse, além de suja, na maioria dos casos descalça, pois a maioria das pessoas, nem dinheiro tinha, para poder comprar um par de sapatos para dar aos seus filhos.
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São tão lindos os "pretinhos" - não são? |
A cultura de excelência da educação nos tempos de Salazar era tal, que a larga maioria das pessoas era analfabeta! E com muita sorte, as crianças naquele tempo, tinham a oportunidade de fazer a quarta-classe, mesmo que tivessem capacidades para muito mais. Ainda hoje é o dia, que a minha mãe se lamenta, de não ter tido a oportunidade, de ter podido estudar e fazer mais do que a instrução primária. Olha que sorte teve ela teve em viver na "cultura de excelência" fascista!
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Propaganda fascista nos livros de instrução primária |
E tu cherne, também ias para a escola descalço, ou caminhavas com sapatinhos de burguês?
A minha mãe também só conseguiu fazer a quarta-classe.
ResponderEliminarEla até brinca dizendo que eu com 26anos estou mimosa do que ela quando tinha a mesma idade!
Eram outros tempos.