Na sexta-feira, apanhei já a meio, "A solução" dos Gato Fedorento para salvar o país das garras dos opressores. Os rapazes trazem de novo a figura brasileira do jagunço, que todos ficamos nas novelas brasileiras dos anos setenta e oitenta. Mas o jagunço não é propriamente aquilo que os quatro humoristas nos mostraram neste primeiro episódio depois de quatro anos só a fazer publicidade. Na rábula foram recrutar uma personagem americana dos filmes de ação, e propuseram-lhe, a troco das melhores iguarias do país, acertar o passo aos membros do governo.
O escolhido para mercenário foi Steven Seagal, o quase sempre herói improvável, que nos filmes de porrada, que com uma simples toalha e uma bola de bilhar aviava dezenas de gaijos. Mas lá está, a meu ver poderiam muito facilmente ir buscar Lima Duarte que interpretou o mítico Zeca Diabo que em O bem Amado, que acaba mesmo por assassinar o prefeito Odorico, o político corrupto de Sucupira. Seria sempre uma opção mais coerente com a terminologia usada e uma personagem mais conhecida do público português. E esta ideia, esta "solução" que o gato mal cheiroso trouxe para o país sair da crise, acertando o passo à canalha que nos governa, também não é nenhuma novidade. O próprio ancião Soares, de vez em quando faz uma pausa na sua longa sesta e vem dizer precisamente o mesmo, que por muito menos, enfiaram uns balázios no D. Carlos.
E o que o homem pretende, não é para o governo mude a sua política. Ele vem é precisamente espicaçar a pasmaceira em que vivemos, e ver se há alguém com tomates (ou ovos) suficientes para fazer o trabalhinho de jagunço que tem de ser feito.
Mas por outro lado é preciso muito cuidado com os mártires. Em Sucupira, Odorico, o governante corrupto, ensaiou a sua própria morte - e até ia morrendo mesmo! - mas acabou por sair da campa ainda mais revigorado do que estava antes. O povo português é burro, inculto e não tem memória, e se por algum acaso acontecesse mesmo alguma coisa aos nossos pequenos ditadores, no dia seguinte, estavam todos a chorar a sua morte.
Zeca Diabo: Cangaceiro e Matador |
E o que o homem pretende, não é para o governo mude a sua política. Ele vem é precisamente espicaçar a pasmaceira em que vivemos, e ver se há alguém com tomates (ou ovos) suficientes para fazer o trabalhinho de jagunço que tem de ser feito.
Mas por outro lado é preciso muito cuidado com os mártires. Em Sucupira, Odorico, o governante corrupto, ensaiou a sua própria morte - e até ia morrendo mesmo! - mas acabou por sair da campa ainda mais revigorado do que estava antes. O povo português é burro, inculto e não tem memória, e se por algum acaso acontecesse mesmo alguma coisa aos nossos pequenos ditadores, no dia seguinte, estavam todos a chorar a sua morte.
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