segunda-feira, 21 de março de 2016

Nunca me deixes III

Há algumas semanas tinha tropeçado num vídeo partilhado no Youtube das Black Widows, a primeira banda portuguesa de Metal exclusivamente com mulheres. E de imediato recordei-me desses tempos, em que, sempre que gostava de determinada banda, que tinha descoberto numa crítica de revista, ou até mesmo visto num concerto ao vivo, e que muitas vezes ainda nem tinha nenhum álbum editado que se pudesse comprar nas lojas, e então contactava diretamente a própria banda no sentido de adquirir uma demo ou maqueta, muitas vezes em formato K7 para então poder ouvir em casa ou no Walkman. 

E lembrei-me de uma carta que lhes escrevi. Claro que já não sei ao certo o que escrevi, mas sei que até desenhei no envelope com uma caneta preta... (A propósito, quando, e por que é que deixei de desenhar?) E sei que me responderam elogiando a carta, "por dentro e por fora".  
Mas não sei o que é feito dessa carta delas, ou da pessoa que na banda estava encarregue de fazer esse trabalho de responder às solicitações e que me respondeu a mim. E encontrar a carta era mesmo só uma curiosidade. 



E dias depois, andei a remexer algumas das minhas tralhas onde tenho todo esse arsenal de revistas, jornais, capas de arquivo com entrevistas de bandas, flyers, fanzines, bilhetes de concertos, cartas das bandas, e toda uma série de coisas do género, para ver se encontrava a dita carta, que terá sido formal, com duas ou três frases, sem qualquer relevância... E tropecei num pequeno artigo da banda na revista Pro Música e não pude deixar de reparar nas coisas que por ali estavam escritas. E em abaixo de uma afirmação assinada e tudo, quase uma espécie de pedido, com essas mesmas palavras "Nunca me deixes" (em inglês). 



E como agora é interessante olhar com esta distância temporal. A ironia dessas palavras. Quanto à carta das Black Widows, essa não a encontrei. Talvez não tenha procurado bem, ou muito provavelmente já nem exista.

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