Há algo de muito errado quando vejo papás levarem os filhinhos pela mão à escola e quando as crias são já maiores que os próprios progenitores. Ou então, as mamãs, irem buscar verdadeiros marmanjões à paragem do autocarro, retirarem-lhes a mochila, e elas mesmas a carregaram, para que o marmanjo não se canse muito, pobre coitado.
Sinceramente não sei se os pais têm noção do ridículo da situação. Em toda a natureza só encontro mesmo paralelo com os pais adotivos do cuco, que continuam ingenuamente a alimentar uma cria como sendo sua, nem sequer estranhando, que esta cria diferente, tem duas ou três vezes o tamanho deles!
Nunca passei por essa tarefa, mas estou perfeitamente ciente que, educar não será algo fácil. Mas é interessante observar que muita coisa mudou desde os tempos dos meus avós até aos dias de hoje. Nos meados do século passado, quantos mais filhos melhor, eram uma força de trabalho, as condições de vida eram miseráveis, mas curiosamente bastava só ao homem trabalhar para ganhar dinheiro para se construir uma casa e sem se precisar de ficar amarrado a um empréstimo até morrer.
Sinceramente não sei se os pais têm noção do ridículo da situação. Em toda a natureza só encontro mesmo paralelo com os pais adotivos do cuco, que continuam ingenuamente a alimentar uma cria como sendo sua, nem sequer estranhando, que esta cria diferente, tem duas ou três vezes o tamanho deles!
Nunca passei por essa tarefa, mas estou perfeitamente ciente que, educar não será algo fácil. Mas é interessante observar que muita coisa mudou desde os tempos dos meus avós até aos dias de hoje. Nos meados do século passado, quantos mais filhos melhor, eram uma força de trabalho, as condições de vida eram miseráveis, mas curiosamente bastava só ao homem trabalhar para ganhar dinheiro para se construir uma casa e sem se precisar de ficar amarrado a um empréstimo até morrer.
Hoje em dia, na maioria dos casos, trabalha o homem e a mulher, e os dois juntos mal conseguem ter dinheiro que chegue para pagar as contas e fazê-lo esticar até ao fim do mês. Se no tempo dos meus avós se tinham verdadeiros ranchos de filhos, hoje em dia tem-se um ou dois no máximo, e já se vê muita gente, muitas mulheres até, que não querem ter filhos. Suas hereges!
Nos tempos idos, educava-se muito na base da disciplina, em muitos casos até, na base do medo, do cinto e do pau de marmeleiro. Ninguém ousava tratar os pais por tu, havia uma hierarquia muito bem definida e o respeitinho, ainda que aparente, era muito bonito. Os filhos eram criados e educados pelas mães que cuidavam da lida doméstica, e em muitos casos, também pelos pais bem de perto, pois grande parte das pessoas vivia do que a terra dava. Cedo, as crianças começavam a trabalhar também com os pais e diziam-se coisas como "é de pequenino que se torce o pepino" ou "o trabalho de menino é pouco, mas quem o despreza é louco".
Entretanto, depois de cinquenta anos de ditadura, as coisas começam a mudar e mudaram rápido demais sem que as pessoas se dessem conta. As mulheres passaram a deixar de lado as contas dos dias férteis, que muitas vezes davam errado, e apareceu a pílula. A Igreja estrebuchou mas teve de engolir em seco, pois agora os bons cristãos começaram a crescer, mas a multiplicar-se só quando queriam. A mulher começou a sair de casa, deixar de ser boa esposa e fazer o que o marido mandava, tal como diz a palavra de deus, e começou a ser independente. Se foi a melhor evolução, não sei... mas sei é que, hoje não são os pais que educam os próprios filhos e tem de haver algo muito errado nisso.
Ter morado sempre na mesma aldeia, permite-me olhar para trás e comparar como são hoje as coisas. Até aos seis anos pude brincar livremente. Não tive ama, creche, atividades de ocupaçao de tempos livres. Os tempos livres eram ocupados a aprender com os pais e a brincar o dia todo na rua com os vizinhos.
Aos seis anos fui para a escola primária. A minha mãe levou-me à escola sim, no primeiro dia. Depois, passei a ir todos os dias para a escola, a pé, atravessando inclusive um monte, usando um quase caminho de cabras. No primeiro ano ia com a companhia do vizinho, no ano seguinte os pais mudaram-se e passei a ir sozinho.
Hoje em dia, e a crítica vai para as pessoas da minha geração, os pais quiserem ser os melhores amigos dos filhos. A hierarquia inverteu-se. Agora são os pequenos fedelhos que mandam nos pais. Os pais, como tenho um exemplo bem ao lado de casa dos meus pais, deixam de comer para que a fedelha possa estar num colégio privado, e possa vestir tudo de marca, só para que não seja diferente dos outros, dos fedelhos aparentemente ricos. É curioso que as pessoas são pobres, pior, toda a gente sabe que têm dívidas de milhares de euros no prego da mercearia, mas longe da aldeia, no colégio da fedelha, aparentam que são ricas! E as crianças têm de ter tudo o que os pais não tiveram, porque senão vão ser umas crianças traumatizadas para o resto da vida!
Hoje em dia, na mesma pacata aldeia, onde nada se passa, tal como há trinta anos atrás, olho para os pais que têm agora agora a minha idade, que tiveram infâncias tal como a minha, e vejo a forma como tratam os filhos. Questiono-me se, este tipo de comportamento de irem levar e trazer os filhos à escola, fará deles no futuro, jovens mais confiantes, ou se pelo contrário, estão a criar uma geração de incapazes.
Será que aos quinze anos também ainda lhes apertarão os atacadores? Será que os filhos com essas idades ainda pedem aos pais para lhes irem limpar o cu? Será que as pessoas não percebem o ridículo de terem de ir com as crias pela mão quando estes vão a uma entrevista de emprego, como já tive conhecimento?
Há poucas semanas, num dos muitos documentários que vou vendo, observei uma experiência muito interessante. Pegaram em dois pássaros da mesma espécie e puseram-nos perante o mesmo problema para tentarem descobrir a melhor forma para conseguir a comida. Um, de um clima adverso, que enfrentava os rigores do inverno, e outro, que que vivia numa região bem distante e com um clima muito mais favorável. Na mesma experiência, o pássaro que enfrentava os rigores do clima, como tinha de enfrentar as dificuldades para procurar alimentação, na experiência, rapidamente solucionou o problema e descobriu onde estava a comida. O outro, que nunca teve dificuldades em obter comida sem esforço, ficou a olhar para o mesmo desafio, como um burro a olhar para um palácio e nada de descobrir onde estava a comida.
Será que manter os filhos protegidos do mundo exterior, numa verdadeira estufa, é contribuir para que, quando tiverem de enfrentar climas adversos estejam melhor preparados? Não me parece. Parece-me o contrário, que estão todos a criar uma geração que incapazes que nunca conseguirá limpar o cu sozinho.
Entretanto, depois de cinquenta anos de ditadura, as coisas começam a mudar e mudaram rápido demais sem que as pessoas se dessem conta. As mulheres passaram a deixar de lado as contas dos dias férteis, que muitas vezes davam errado, e apareceu a pílula. A Igreja estrebuchou mas teve de engolir em seco, pois agora os bons cristãos começaram a crescer, mas a multiplicar-se só quando queriam. A mulher começou a sair de casa, deixar de ser boa esposa e fazer o que o marido mandava, tal como diz a palavra de deus, e começou a ser independente. Se foi a melhor evolução, não sei... mas sei é que, hoje não são os pais que educam os próprios filhos e tem de haver algo muito errado nisso.
Ter morado sempre na mesma aldeia, permite-me olhar para trás e comparar como são hoje as coisas. Até aos seis anos pude brincar livremente. Não tive ama, creche, atividades de ocupaçao de tempos livres. Os tempos livres eram ocupados a aprender com os pais e a brincar o dia todo na rua com os vizinhos.
Hoje em dia, e a crítica vai para as pessoas da minha geração, os pais quiserem ser os melhores amigos dos filhos. A hierarquia inverteu-se. Agora são os pequenos fedelhos que mandam nos pais. Os pais, como tenho um exemplo bem ao lado de casa dos meus pais, deixam de comer para que a fedelha possa estar num colégio privado, e possa vestir tudo de marca, só para que não seja diferente dos outros, dos fedelhos aparentemente ricos. É curioso que as pessoas são pobres, pior, toda a gente sabe que têm dívidas de milhares de euros no prego da mercearia, mas longe da aldeia, no colégio da fedelha, aparentam que são ricas! E as crianças têm de ter tudo o que os pais não tiveram, porque senão vão ser umas crianças traumatizadas para o resto da vida!
Hoje em dia, na mesma pacata aldeia, onde nada se passa, tal como há trinta anos atrás, olho para os pais que têm agora agora a minha idade, que tiveram infâncias tal como a minha, e vejo a forma como tratam os filhos. Questiono-me se, este tipo de comportamento de irem levar e trazer os filhos à escola, fará deles no futuro, jovens mais confiantes, ou se pelo contrário, estão a criar uma geração de incapazes.
Será que aos quinze anos também ainda lhes apertarão os atacadores? Será que os filhos com essas idades ainda pedem aos pais para lhes irem limpar o cu? Será que as pessoas não percebem o ridículo de terem de ir com as crias pela mão quando estes vão a uma entrevista de emprego, como já tive conhecimento?
Há poucas semanas, num dos muitos documentários que vou vendo, observei uma experiência muito interessante. Pegaram em dois pássaros da mesma espécie e puseram-nos perante o mesmo problema para tentarem descobrir a melhor forma para conseguir a comida. Um, de um clima adverso, que enfrentava os rigores do inverno, e outro, que que vivia numa região bem distante e com um clima muito mais favorável. Na mesma experiência, o pássaro que enfrentava os rigores do clima, como tinha de enfrentar as dificuldades para procurar alimentação, na experiência, rapidamente solucionou o problema e descobriu onde estava a comida. O outro, que nunca teve dificuldades em obter comida sem esforço, ficou a olhar para o mesmo desafio, como um burro a olhar para um palácio e nada de descobrir onde estava a comida.
Será que manter os filhos protegidos do mundo exterior, numa verdadeira estufa, é contribuir para que, quando tiverem de enfrentar climas adversos estejam melhor preparados? Não me parece. Parece-me o contrário, que estão todos a criar uma geração que incapazes que nunca conseguirá limpar o cu sozinho.
Adorei!!!
ResponderEliminarMe vi na situação. E nessa, me vejo brigando com meu filho. E vice versa. Pois, viver com base na hierarquia, parece não funcionar. Ele tem liberdade de expressão. E corretivos paraos excedentes.
Não imponho para q ele fique independente de mim. Mas, dou apoio e proporciono para que isso acontece.
Obrigado pela visita!
EliminarTudo está a mudar rapidamente e o mundo já não é o mesmo de quando éramos nós a crianças educadas pelos nossos pais. Há outros desafios e outras complicações. Talvez hoje como nunca, as crianças precisassem de mais acompanhamento, e infelizmente, nunca como agora o tempo parece cada vez mais escasso para tantas solicitações.