Tinha visto que a peça, que se inspira na obra do Marquês de Sade iria estar em cena no Teatro Constantino Nery em Matosinhos e comentei na altura com namorada se ela não quereria ir comigo. Quando li "sete diálogo libertinos" pensei que fossem diálogos de vários livros da obra, não estava propriamente à espera que fossem diálogos exclusivamente da "Filosofia na Alcova" (La Philosophie dans le boudoir)! Porque de facto é bastante arrojado e a peça retratou-o muito bem.
A peça foi protagonizada pela Maria João Abreu que interpretou a depravada Madame de Saint-Ange. Eu não sou crítico de teatro, ainda por cima porque contam-se pelos dedos as vezes que fui ver uma peça, mas gostei e acho que a atriz e restante elenco esteve bem.
Ironicamente, pouco tempo depois de protagonizar esta peça de Sade, que para além dos diálogos filosóficos é como se sabe de cariz sexual e bastante explícito, a protagonista Maria João vê-se envolvida numa sátira à sua pessoa por causa da expressão "chuva dourada" que usou num programa de televisão quando um outro ator esteve internado entre a vida e a morte.
A segundo ironia é que, com a chuva dourada ou não, o tal ator lá acabou por se salvar e a Maria João Abreu acaba por morrer relativamente jovem, e, se calhar, todos aqueles que a gozaram, acabaram depois por se mostrar todos muito comovidos com a sua partida antecipada.
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