domingo, 17 de setembro de 2023

O Twitter Morreu e eu Fui Para o Céu



No início de cada as pessoas gostam muito de fazer resoluções, mas não foi nenhuma resolução que me levou a registar no Twitter a 1 de Janeiro de 2019. E não me quero repetir porque já aqui anteriormente expliquei  "Porque é que Gostei Tanto do Twitter". 

Só que entretanto a rede social do passarinho azul foi comprada pela criança-empresário dos carros elétricos que a transformou num caos depois de ter despedido imensa gente. 

Aos poucos e poucos tudo começou a mudar. O que víamos, as interações, a visibilidade, o número de pessoas que nos começava a seguir. Aos poucos parece que comecei a ficar mais invisível, culpa da ditadura do novo algoritmo imposto, e a malta da extrema-direita começou a ter muito mais visibilidade.

Mudou as regras, soltou todos os presidiários da cadeia como Trump, limitou o que cada um pode ver, incentivou o pagamento para ter determinados conteúdos que antes eram gratuitos e, pior, acabou com os bloqueios. Ou seja, toda aquela gente que nos insultou, que diz barbaridades, ou todas aquelas contas que decidimos bloquear (e eu por exemplo tinha o partido Chega e o senhor Ventura bloqueados), tudo isso acabou. 

É como se um juiz decretasse que determinada pessoa que nos fez mal não se pode aproximar de nós a menos de duzentos metros e viesse um artista e dissesse: "nada disso, eu quero o caos, não quero regras nenhumas, e, se estás aqui fazes o que eu quero ou vais-te embora".

E eu fui-me mesmo embora! Deixei uma mensagem de despedida e fim, acabou-se a minha relação de três anos e meio com Twitter, que entretanto a criança dona da rede social mudou o nome para "X", ainda que o link continue a ser twitter.com, o que faz um sentido do caralho!



Muitas pessoas debandaram, muitas outras decidiram ficar. Mas decidir ficar é fazer o jogo da criança ditadora em corpo de adulto. As pessoas têm o poder de mudar as coisas só que, infelizmente, preferem acomodar-se, preferem continuar a alimentar o ego. 

Eu também gostava de escrever uma merda qualquer e ter centenas de gostos, dezenas de novos seguidores. Mas a que preço? Continuar a alimentar uma rede social que foi comprada por um idiota chapado que não tem qualquer respeito pelos utilizadores? Vamos aceitar tudo o que ele quiser, incluindo baixar as calcinhas e deixar-mo-nos sodomizar? Não e por isso bazei. 

Entretanto recebi um convite para ir para uma nova rede social: o Bluesky. Uma senhora com quem nunca sequer tinha trocado mensagens envia-me uma mensagem privada: "tenho um convite para o Bluesky, queres vir"? E, em boa verdade nem sabia bem o que aquilo era. Mas pareceu-me bem. É do mesmo criador do Twitter, o conceito é o mesmo, só que ainda está numa fase embrionária, por isso só se entra por convite ou vai-se para uma lista de espera. 

E assim foi. O Twitter morreu porque foi assassinado pelo Musk e eu decidi fazer o meu funeral e ir para o Céu. Azul. 





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