terça-feira, 17 de setembro de 2019

Se Cada Vez Mais Pessoas Deixam de Fumar - Por Que é que As Tabaqueiras Fazem Cada Vez Mais Dinheiro?

A reportagem é do The Guardian. O que estará por detrás dos grandes lucros, cada vez maiores, das tabaqueiras?

As taxas de tabagismo estão a cair no Reino Unido, EUA e em grande parte da Europa. Quarenta e cinco por cento dos britânicos fumavam nos anos 60 e 70, e em comparação hoje apenas 15%. 
Poderia parecer que isso é uma má notícia para os lucros do cigarros, mas as empresas de tabaco estão a ganhar dinheiro do que nunca. Alegam que não comercializam mais cigarros tradicionais, mas as táticas nos bastidores sugerem o contrário. Leah Green explica como:


Então, o que é que está por detrás dos grandes lucros das tabaqueiras?

- Os lucros continuam a vir dos cigarros tradicionais.

- Fazer cigarros é como imprimir dinheiro. Tem um custo muitíssimo baixo e são vendidos por um preço elevado, e por toda a vida do consumidor, visto que está viciado. 

- Em 2015 as seis maiores tabaqueiras tiveram mais lucros que a Coca Cola, Walt Disney, Fed EX, Google, Mac Donalds e Starbucks todas juntas.

Mas se o produto tabaco mata os consumidores, então como é que se arranjam novos clientes se a publicidade é proibida? 
- Muito fácil! Nas redes sociais fazendo contratos e pagando a jovens "influenciadores" do Instagram para publicarem fotografias enquanto fumam, em determinadas horas e sob determinadas regras, para que fumar pareça de novo uma coisa muito fixe e normal. 

E onde é que se encontram milhões de consumidores que ainda não foram incomodados com campanhas anti-tabaco e com um mundo livre de fumo?
- Claro! Ásia, Índia, Indonésia, África mudando a epidemia de tabaco dos países desenvolvidos para os restantes países. E é muito simples, as tabaqueiras pressionam os governos a não aprovar a legislação que existe na Europa e nos Estados Unidos, e que os proíbe de fazer publicidade, atuando assim livremente. 

A indústria do tabaco é o negócio mais lucrativo da civilização humana, apesar de ser o mais mortífero. 

6 comentários:

  1. Olá! Isto não é novidade para mim, infelizmente até preferia que fosse. Mas li há tempos sobre a Philip Morris fazer campanha na India para criar novos fumadores: o alvo são os jovens! Davam cigarros de borla nos bares. E creio, se não estou em erro, que até patrocinavam a abertura de bares.

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    1. E contudo o tabaco (e o álcool, a pior de todas as drogas) nunca foi proibido.
      Mas pagar e fazer contratos com determinadas pessoas no Instagram para se fotografarem a fumar é diabólico!
      E é este o capitalismo "neo-liberal" que tantos por aí advogam: a total falta de regras e de respeito pela vida das pessoas. Cambada de filhos da puta!

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  2. Não acho que deva ser proibido. Essas empresas têm é de ser muito bem controladas e para isso é que não há coragem.É como as farmacêuticas. São poderosas demais, tentaculares. O interesse nos lucros sobrepõe-se a tudo. A corrupção grassa. Eu apenas fumei quando andava no Liceu, mas logo me desinteressei. Como sou apreciadora de vinho, mais até do que outras bebidas, também não posso concordar que proíbam. Só bebo às refeições e nem sempre. Mas gosto mesmo de experimentar e conhecer vinhos, aprecio a cultura do vinho, etc. Não imagino o meu verão sem o meu vinho verde: são inseparáveis.Não gosto de beber qualquer vinho e um vinho razoável já é caro. Bebo realmente com conta e medida, também por esse motivo. Se não tenho vinho, não bebo. A comida sabe-me bem também, embora alguns pratos beneficiem muito de um copito! Além de "policiadas", essas empresas deviam ser obrigadas a contribuir fortemente para a educação das pessoas para o consumo. E até para o tratamento daquela parcela que se vicia. Nem as drogas que são proibidas deixaram de ser consumidas.

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    1. Temos um problema. As pessoas consomem um produto que até está escrito na embalagem que mata, e que provocar um sem número de doenças. Todas essas doenças terão que ser pagas com os impostos de todas as outras pessoas que não fumam e têm comportamentos responsáveis. Depois temos o problema da poluição das beatas, e o parlamento português avançou com multas para quem deitar beatas para o chão, ainda que, mesmo que elas não se deitem ao chão o problema mantém e acabarão em aterros sanitários. E tudo isto é uma grande hipocrisia! Seria muito mais honesto fechar as tabaqueiras que perpetuar este flagelo. Mas claro, ninguém quer isso porque ninguém quer perder dinheiro, mesmo que se estejam a matar as pessoas!
      Quanto ao vinho é a pior das drogas. Pior que a heroina pior que a cocaína, dito por todos os especialistas e por todos os estudos. Ainda por estes dias uma colega de trabalho dizia-me que mal se casou descobriu que o marido era toxicodependente (heroína) mas que o pior foi quando deixou e passou para o vinho! Ficou muito pior, tornou-se violento e começaram os problemas de violência doméstica. Mas ainda me lembro muito bem quando no mandato do Guterres ele queria baixar a taxa de alcoolemia mas caiu logo o Carmo e a Trindade que estavam a atacar os produtores de vinho, como se uma coisa tivesse alguma coisa a ver com a outra. Quem quer beber que beba, mas se vai conduzir não pode. É tão simples quanto isto. No entanto o álcool é a droga (ainda que todos os dias se branqueie e fale em "drogas e álcool"!) no entanto, como dizia, o álcool é a droga socialmente mais aceite, e pior, quem nunca bebeu, como eu, na adolescência era até hostilizado, porque fixes eram os que bebiam até cair!
      No entanto proibiram plantas como a papoila, cannabis e a stevia, plantas riquíssimas do ponto de vista medicinal. Faz isto algum sentido? Não acho que faça!

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  3. Os automóveis também matam. Vamos proibir os automóveis? Começo pelo final. É claro que há hipocrisia. Ainda há dias a PSP apreendeu dois pés de cannabis na Figueira, um com 1,20, outro com 0, 80 cm. Aquilo vai logo para a sua página, é publicado no FB como se fosse um enorme feito! Sempre que o fazem eu repartilho e gozo com o assunto a valer. Sim, proíbem a cannabis mas os anti-depressivos são vendido pelos doutores como se fossem Smarties. Mas é claro que as pessoas consomem um produto que diz que mata. O açucar também mata. os efeitos de adição do açucar são diabólicos e muito desvalorizados. Ah, ma ninguém fica violento ou louco sobr o efeito do açucar, não é? Pois não, mas podem ficar bem doentes, faltar ao trabalho e até morrer. As pessoas que fumam também pagam impostos e as que não fumam, se pagam, bem podem beber, vinho ou refrigerantes, que são outra praga, ou não fazer exercício e acabar também doentes. E então vamos fazer assim: se adoecerem por sedentariedade, não vão ser tratadas com os impostos das que que praticam exercício, apenas com as dos inertes. Fechar as tabaqueiras para acabar com as beatas? E então fechamos também todas as empresas que produzem embalagens de coisas que até não são saudáveis e são consumidas e cujas embalagens nem são ecologicamente descartadas pelos consumidores. A chave não é a proibição, é a educação dos públicos. Realmente o álcool é a droga mais aceite socialmente mas dada a sua facilidade de obtenção a realidade é que devíamos andar todos bêbedos e violentos e isso não se verifica. A questão é, na verdade, a responsabilidade das pessoas pelos seus actos. Se querem beber, não podem conduzir. Se querem fumar, não podem estrecar o chão e a praia com beatas. Uma pessoa que aprecia vinho não bebe litradas de vinho. Não é o gosto pelo vinho que faz aumentar a ingestão para doses viciantes: são problemas com que as pessoas não sabem lidar. Não era você que estava errado por recusar beber, os seus colegas é que sim: por beberem em excesso e ainda abusarem de si.Evidentemente mal formados ou respeitariam a sua escolha. O que não quer dizer que eu vá defender que eles sejam proibidos de beber, apenas de o enxovalharem. A questão das pessoas que não se sabem divertir sem ser alcoolizadas é outra luta. Assisti a isso em Coimbra. É uma espécie de "tradição", de ritual de passagem de crescimento, que não subscrevo, obviamente.Até pessoas que não gostam de beber se forçam a beber para entrar na onda. É estúpido. Por alguma razão acabaram por proibir as Bacanais, os cultos ao Deus Baco. O problema nunca foi o vinho, foram os excessos cometidos no embalo. Nos nossos dias o que impera, em tanta, tanta vertente da nossa existência, é o culto dos excessos. Não sei bem como lidar com isso mas não considero que a repressão seja a melhor via para resolver o problema das adições. A vida está repleta de coisas sem sentido, infelizmente é isso mesmo. E, olha, nem há garantias de que no futuro a malta vá ter mais juizo.

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    1. Repito: acho que é tudo uma grande hipocrisia! Mas atirar uma beata para o chão é pior que atirar uma garrafa plástica ou uma embalagem de iogurte? Mas está tudo senil da cabeça? O PAN submeteu a proposta no parlamento, partido que só tem um deputado e a proposta passou!! Mas não faz sentido nenhum particularizar!
      Se me dissessem "atirar lixo para o chão vai ser multado", tal como já é se for atirado de um carro (dá direito a multa de 300€ apesar de quase ninguém saber) tudo bem, de acordo, agora particularizar só as beatas (e eu estou à vontade pois nunca fumei) não faz qualquer sentido!

      Os carros matam e causam doenças por causa da poluição, mas hoje em dia não são os mesmos carros do passado, têm filtros e poluem muito menos, e têm uma pegada ecológica bem menor, defendem alguns, até do que aquilo que será o futuro dos carros elétricos por causa das baterias. É um mundo de pernas para o ar.

      As plantas que nascem espontaneamente são proibidas; produtos químicos, que assumidamente são feitos para viciar e matar, está tudo bem, podem ser vendidos livremente! Eu não compreendo isso.

      Quanto à questão do açúcar (e do sal já agora) também já há (e eu acho muito bem que haja) legislação específica sobre isso, e cada vez mais esses produtos estão a ser retirados dos espaços públicos como escolas e hospitais por exemplo, e substituídos por outros mais saudáveis.

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