quinta-feira, 13 de julho de 2023

Amor Contactless


Uma das notícias desta semana é que o nosso cartão de cidadão vai passar a ser contactless, sem contacto, basta aproximar e já está, tal e qual os cartões multibanco (e nunca foi tão fácil comprar, pagar e ficar sem dinheiro na conta!) 

Tudo está cada vez mais rápido, mais fácil, mais descartável. Tudo está cada vez mais contactess.

A sociedade humana evoluiu tanto e estamos tão modernos que também as relações humanas, quer sejam de amizade ou amor, também elas passaram a ser contactless. Sem contacto, sem afeto, sem toque, sem conversa, sem presença. Contactless.

Bem vejo à minha volta. Não se conversa, mete-se os fones nos ouvidos e está cada um no seu mundo virtual a ser escravo do divertimento muitas vezes idiota.

Ainda por estes dias o Júlio Machado Vaz dizia que as queixas dos casais no que se refere à intimidade evoluíram do "ela fica a ler na cama" para "ele fica a ver televisão" para "fica cada um na cama a olhar para o telemóvel. 

A ditadura do divertimento matou as relações humanas. E o amor passou a ser contactless. 

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