Ouço dizer que os jovens têm hoje uma linguagem diferente e isso nem tem que ser necessariamente mau. Diferente é usar outras palavras, diferentes das que eu usava quando era jovem.
Mas hoje deparei-me com este insólito na capa da Notícias Magazine: "Posso parecer querida e fofinha, mas sou periférica".
Eu não faço ideia quem é a Bárbara Tinoco e talvez por isso não li a entrevista. Mas aqui não há qualquer contexto. A frase é o que é.
Até me dei ao trabalho de ir ao dicionário para perceber se me estava a escapar algum sinónimo. Mas não. Periférico é o oposto de central. Uns privilegiados vivem no centro das cidades, outros na periferia.
E, a seguir a um "mas" tem que vir uma ideia contrária. "Eu não sou racista mas (e depois lá vem a explicação para mostrar que afinal até é!).
Afirmar: "Posso parecer querida e fofinha mas sou periférica", seria o mesmo que eu dizer "Posso parecer rude e asqueroso mas sou central". Que na verdade não quer dizer nada!
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