"A solidão é um problema de saúde pública de tal forma que, pelo menos que eu saiba, a Inglaterra e o Japão já têm ministros para a solidão (ou ministérios)". (Júlio Machado Vaz)
Andei muitos anos à espera de ter fibra ótica aqui para poder ter televisão. Agora que finalmente chegou já não me apetece. Porque tantos são os anos que já me habituei a não ver televisão que já não sinto falta. Ainda parei por momentos a olhar para o folheto com os preços e os canais e a internet mas, a verdade é que eu acho que já nem saberia ver televisão. Então caguei e irei continuar sem televisão por cabo e sem ver as séries que toda a gente quer ver e parece que o mundo vai acabar se não estiver a par.
E muitas vezes é isso que acontece. Deixamos de sentir falta daquilo que não temos.
A pandemia não foi propriamente favorável para quem está solteiro. Estados de Emergência atrás dee Estados de Emergência e confinamentos atrás e distanciamentos. E depois, a verdade é que o contacto virtual diário é muito confortável, mas adaptando uma expressão muito usada na pandemia, acho que "apenas transmite uma falsa sensação de proximidade".
E por estes dias fiquei a pensar.
Sentei-me na cadeira. A desconhecida perguntou-me o meu nome completo. Lá respondi. E entretanto começou a deslizar a sua mão pelo meu braço e isso foi uma novidade. E por momentos até me segurou a mão. Juntou os dedos e foi fechando a mão... segundos antes de me espetar uma agulha no braço para retirar sangue.
Algumas campainhas tocaram. Porque nada substituiu o toque humano.
Nada substitui o toque, nem o olhar nos olhos, nem as nuances das expressões dos outros, nada...
ResponderEliminarÉs a verdadeira seguidora multi-resistente que ainda cá vem comentar ;)
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