terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Jantar de - não sei quê - da empresa

- "Já reparaste que há precisamente um ano, tu e eu estávamos sentados exatamente nestas posições, um à frente do outro?"

Foi o que perguntei ontem à colega do departamento financeiro, no jantar de "Natal" da empresa. E de facto, é incrível como este ano passou de forma tão rápida. Parece que me deitei ontem, vindo do jantar da empresa de 2014, em que recebi um mini-Kamasutra na troquinha de prendas, deite-me e acordei hoje a pensar no jantar de ontem em 2015. 

E foi precisamente este pormenor, estas pequenas coisas que presto atenção, este detalhe insignificante, esta coincidência de me ter sentado aleatoriamente, e de novo, um ano depois, precisamente em frente da mesma colega, que fez disparar um clique na minha cabeça, e me deixou a pensar "como este último ano voou tão depressa". 

E tanta coisa me aconteceu neste ano último que passou. Tantos acontecimentos surpreendentes e inesperados num turbilhão de intensas emoções. E esta minha colega já tem um filho que no jantar de 2014 ainda não existia... 

E tudo aconteceu num abrir e fechar de olhos. Deitei-me ontem no jantar de 2014, e acordei hoje, no dia seguinte ao jantar da empresa de 2015.


Yule celebrava o Solstício de Inverno no norte da Europa (hoje chamado Natal)


O Jantar? 

Correu muito bem até... tirando a parte da música brasileira em altos berros, em que quase se tinha de berrar à mesa e ninguém se ouvia, ah, e a bailarina - mas não tinha varão ok? - que animava as hostes dos juvenis do clube de futebol lá do sítio, enquanto dançava e se roçava neles, como se de um ritual de iniciação se tratasse.  

Mas correu muito bem. Sim é verdade, eu não celebro o Natal, ou se quiserem, celebro tanto o Solstício de Inverno como o Solstício de Verão ou os Equinócios da Primavera e do Outono. Ainda assim, apesar de não festejar, até nem me importava nada de poder gozar mais três feriados - afinal por que raio só é feriado no Solstício de Inverno? Não deveríamos festejar também os outros três? Os outros três não são igualmente importantes? Isso é uma completa descriminação... Até acho que vou já telefonar à Catarina Martins para ela falar com o primeiro-ministro que deu à Costa para propor três novos feriados! 

Mas apesar de não festejar o Natal, de não fazer árvore nem presépio, nem pôr pais-natal ridículos à janela, nem comprar prendinhas para dar a ninguém (nem as receber obviamente) acho que não devo dar uma de mal-disposto e recusar-me a fazer a troquinha de prendas (simbólicas) no jantar de "Natal" da empresa. E a palavra "Natal" eriça logo alguns colegas, como me eriça a mim, mas ironicamente, eu, que sou sempre tão "do contra", acho que devo socializar, porque este jantar, no meu entender, deve precisamente servir para isso, para nós (que somos tão poucos) socializarmos um pouco uns com os outros, e até nos divertirmos, fora daquela rotina de todos os dias. 

Ainda assim, o jantar da empresa, a meu ver, e já mandei a boca, deveria ser celebrado no dia em que a empresa faz anos, no dia em que foi registada. E nesse sim, todas as pessoas, de todas as empresas, de todo o mundo, poderiam socializar, num jantar ou noutra coisa qualquer. As empresas até poderiam dar o dia - porque não? - e fazerem uma qualquer atividade que estimulasse o espírito de grupo, e não se lembrarem só destes jantares, só porque estamos em dezembro, e é solstício de inverno, porque para quem não saiba, é o que significa Natal. 

2 comentários:

  1. Otima sugestão essa para estimular o espírito de grupo :)
    E assim acabavam-se as enchentes de jantares no mês de Dezembro!É que toda a gente por qualquer razão se lembra de fazer jantares de natal..
    SF

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    1. A meu ver não faz qualquer sentido os "jantares de natal das empresas". Primeiro porque as instituições por lei têm de ser laicas - até os crucifixos já saíram das primárias e dos hospitais - porque cada um tem a sua (ou nenhuma) religião, e a igreja católica anexou o Natal (festa pagã) ao seu calendário e resolveu associar o solstício de inverno ao (suposto) nascimento de Cristo. Mas o que é que tem a ver a religião com as empresas? É completamente absurdo. Eu acho que se deveria fazer uma celebração sim, mas da empresa, haver um motivo para as pessoas se reunirem, mas ligado à empresa e não a outra coisa qualquer, ainda por cima ligado à religião. Até pode nem haver nenhum motivo! Mas parece-me que celebrar o aniversário da empresa um bom motivo.
      É como o dia dos namorados! É completamente ridículo. Lá vão os casaizinhos todos no dia 14 jantar fora e fazer de conta que são o casal perfeito. O meu dia dos namorados seria sempre o dia em que eu estabeleci um "compromisso" com outra pessoa. Esse seria o meu dia, não um dia obrigatório para todos os casais do mundo.

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