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quinta-feira, 21 de maio de 2020

Lei de Karmurphy

O karma, para quem acredita nas ideias budistas, diz que colhemos o que plantamos, ou seja, se tivermos bons comportamentos e agirmos corretamente para com os outros, seremos recompensados no futuro, caso contrário, se procedermos de forma errada, mais à frente, ou mesmo muito mais à frente no tempo ou até numa outra vida qualquer (reencarnação) seremos punidos. E é então aqui  que o karma entra em cena. Isto também poderia ser traduzido por uma 2a lei de Newton adaptada, uma coisa deste género: quanto pior agires sobre os outros o universo responderá com igual força e igual maldade sobe ti. Só que, cá entre nós que o Buda não nos ouve, é uma pena que tenha que se esperar tanto tempo para poder observar tal reação. Quer dizer, um gajo tem que morrer para depois poder ver o Adolf Hitler nascer cigano, ser descriminado e acabar gaseado pelo André Ventura!

Edward Murphy foi um engenheiro aeroespacial que no século passado acabou por ficar na história por dar o seu nome à conhecida lei de Murphy e consequentemente a muitas outras umas espécies de provérbios em que o mais conhecido começa por dizer que "qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível".

Ora, se juntarmos o karma com a lei de Murphy que temos então: a Lei de Karmurphy. Não me digam que nunca tinham ouvido falar? É provável, acabei de inventar agora e diz o seguinte:

Quando menos esperares, se o karma puder correr mal, correrá mal da pior forma possível no pior momento possível.

domingo, 16 de abril de 2017

Universo: queres falar?

Há sempre mais um gato, aqui ou ali, ou a aproximar-se de mim para me assombrar. O que me vale é que eu quase nunca me lembro dos meus sonhos, se não, provavelmente iria descobrir agora que os meus piores pesadelos envolviam gatos.

A última conversa que tive com a Paula foi sobre quê? Gatos precisamente. Depois a Paula desapareceu. Para sempre. Não estou nada a ser trágico, nem dramático. É verdade. Espera... deixa corrigir, pelo meio ela deixou aqui um ou outro comentário. Mas isso não conta porque não voltamos a falar. Se um dia te encontro Paula, vais levar tantas nesse cu até ele ficar vermelho como a camisola do Benfica! 

Mais recentemente foi a Sofia. Penso na Sofia constantemente, pelo menos todas as semanas é de certeza. Talvez eu lhe devesse telefonar, ao menos para saber se está tudo bem com ela, mas não sei. Já no ano passado lhe enviei mensagens de telemóvel, e já lhe enviei um e-mail este ano. Não responder acho que é sinal suficiente que não quer falar comigo, e na realidade já não falamos vai para um ano. Bem, ao menos eu sei onde ela mora. E é curioso que a Sofia tinha-me dito que acreditava que eu seria das poucas pessoas que levaria como amigo para a vida, ainda por cima sendo eu uma pessoa com pénis. Sempre nos demos muito bem e acho que ela sempre soube o quanto gosto dela. Pois é... tudo corria bem até ao dia em que eu escrevi sobre gatos, aqui no blogue.


Sim, para mim foi uma discussão completamente parva, ao estilo de o-meu-clube-é-melhor-que-o-teu. Mas para a Sofia não foi. Foi grave porque encarou as coisas de forma pessoal. Claro que ela sabe muito mais sobre o assunto que eu, e sentiu como se eu a estivesse a atacar pessoalmente, mas não foi nada disso. Pelo menos esta é a minha versão, a dela será sempre um pouco diferente. Eu entendo perfeitamente o que pessoas como ela defendem e o mérito que essas pessoas têm em desenvolver o trabalho que desenvolvem, mas eu tenho a minha própria visão das coisas. Não se trata se discutir quem está certo ou errado, porque o mais estúpido, é que se calhar, até estamos os dois certos. 

Mas isso não interessa para nada. O que interessa é que eu perdi a amizade de uma pessoa que me era especial. E eu sinto-me culpado apesar de também achar que, uma discussão sobre gatos não deveria ser o bastante para acabar com uma amizade de anos.  

E se durante tantos anos os gatos andaram afastados da minha vida, agora são uns atrás dos outros que vão constantemente aparecendo. Gatos, gatos e mais gatos. Olha, ali um, na estrada atropelado. Eu sei Paula, que morrem muitos gatos atropelados na estrada. Esta semana, a gata da vizinha teve quatro filhos em casa dos meus pais. Eu sei Sofia, a importância do planeamento familiar para os gatos. 

E esta semana, mais um gato, veio miar para a minha beira em minha casa.
Universo: queres falar?

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Vidas cruzadas - Acontecimentos em cadeia

Por estes dias tenho refletido como é quase assustador pensar, que qualquer pessoa, com um pequeno gesto na sua vida, pode mudar, além da sua vida, a vida de todas as outras pessoas do mundo. Não sei se se trata de um destino com linhas orientadoras pré-estabelecidas, de livre-arbítrio, de um karma pelo qual teremos de passar, ou de meras coincidências. Mas seja lá o que for, sei é que todos nós, com aparentes pequenas decisões do dia-a-dia, estamos constantemente a mudar a vida de todas as outras pessoas.

A determinado momento as vidas das pessoas cruzam-se com as vidas de outras pessoas. Tropeçamos num desconhecido, que aquela hora e naquele determinado momento nos cumprimenta, e o simples facto de decidirmos, aceitar ou não, conhecer aquela pessoa, deixá-la entrar na nossa vida ou não, pode nesse exato momento ir mudar tanto a nossa vida, como a vida daquela pessoa desconhecida, como por consequência ir mudar também a vida de todas as outras pessoas do mundo.


Há muitos anos atrás, seguia eu no mesmo autocarro de sempre, e um sujeito, que ia sentado atrás de mim, e que tinha também como destino a mesma paragem, interpelou-me e fez-me uma pergunta acerca de uma revista que eu estava a ler. Naquele exato momento eu ainda não sabia, mas ao ter-lhe respondido de forma simpática, estava a abrir a porta para deixar entrar aquela pessoa na minha vida e brevemente aquela pessoa viria a transformar-se no meu melhor amigo durante muito anos.

E a coisa assume ainda maior relevância quando entramos no sempre complicado campo das relações amorosas. Se a pessoa A está numa relação há dez anos e num determinado momento decide terminar com a pessoa B, está nesse exato momento a mudar a sua vida, a vida da outra pessoa e de todas as outras pessoas do mundo. Senão vejamos, A e B seguem caminhos separados. Pouco tempo depois A vai-se envolver com C. Ora este C nunca que teria oportunidade de estar com A, se A não tivesse terminado a relação com B. Por outro lado, B segue a sua vida e vai acabar por conhecer D.... e aí por diante.

A determinado momento das nossas vidas, fruto das nossas decisões, chegamos a uma encruzilhada, mas fruto também das decisões dos outros, muitas vezes de pessoas que estão bem longe de nós, que nem conhecemos, mas que um simples gesto acabou também por mudar a nossa vida.

No fundo estamos mesmo todos interligados.