Contam-se pelos dedos as vezes que fui o teatro. Acho que não é por mais nada, é tão simplesmente por não ter sido habituado a ir. Não ter nas minhas relações (que sempre foram muito poucas) pessoas que me convidassem ou incentivassem a ir. Mas a verdade é que comecei a ir mesmo sozinho.
Tinha ido a última vez ver "Boudoir" uma peça inspirada em Filosofia na Alcova do Marquês de Sade, protagonizada por Maria João Abreu. Entretanto meteu-se uma pandemia pelo meio. Mas a verdade é que, mesmo durante a pandemia quis ir ao teatro ver "Catarina e a Beleza de Matar Fascista", mas por causa dos constrangimentos da própria pandemia, de constantes adiamentos e até de infeções entre os atores, acabei por não conseguir ver.
Mas entretanto lá regressei de novo ao teatro. Foi no sábado passado. Tinha visto na newsletter da cidade de Matosinhos e desde logo fiquei com ideia em ir. É verdade que fazer 80Km num sábado à noite, sozinho, pode ser um pouco dissuasor. Mas contra isso decidi logo comprar o bilhete on-line. Assim, já não me poderia arrepender mais tarde.
E lá fui ver "Nossa Senhora da Açoteia", encenada e interpretada por Luís Vicente, que cresci a ver e a rir-me quando fazia de Átila em Duarte e Companhia.
Como facilmente se percebe eu não sou conhecedor de teatro. Mas sei dizer se gostei ou não. E a verdade é que gostei bastante. A peça alterna momentos trágicos e cómicos. E é bastante educativa. Revela bem como era a vida miserável em Portugal, nomeadamente no Algarve, na década de sessenta pouco depois de ter começado a guerra colonial. Miserável e ingrata, principalmente para as mulheres.
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