sábado, 17 de março de 2018

Uma Estupidez para a Vida Toda

Carolina, até este mesmo exato momento em que voltei, agora mesmo, às oito da manhã, a apanhar a tua música na Antena1, devo afirmar que não te conheço. Se passasse por ti na rua serias uma ilustra anónima, tal como eu seria para ti. Não te conheço, portanto nem gosto nem desgosto de ti, tão simplesmente porque nem sei quem tu és. E a única coisa que sei de ti é a tua música que me entra ouvidos adentro inúmeras vezes quando estou a ouvir rádio, como é agora o caso.  Bom, na verdade sei mais algumas coisas, que a minha colega de trabalho me contou: que a tua música conta a história da tua relação e do teu filho, com um músico qualquer que até já teve uma relação com outra cantora. 

Queres saber o que é que eu acho da tua música? Gosto, ouve-se bem, fica no ouvido (também pudera, tu repetes onze vezes (sim eu contei) "a vida toda"! E se assim não fosse acho que não passaria tantas vezes numa rádio como a Antena 1 que se deve primar mais pela qualidade e serviço público que pelas modas. 

Mas o que me levou a escrever sobre ti é o teor da letra da tua música. E o que eu acho é que, por mais feliz que tu estejas neste momento, satisfeita com o teu companheiro como com o nascimento do teu filho, acho que ninguém, no seu juízo perfeito escreve uma letra a dizer que vai ser feliz para "a vida toda"! Ninguém faz isso Carolina! Ninguém faz uma tatuagem com o nome do namorado por achar que é para a vida toda! Ninguém! Sim, eu estava a ser irónico. Sim, eu sei que fazem, mas depois arrependem-se!
Tu tens ideia que Portugal é o país campeão da Europa em divórcios? Em cada cem novos casamentos há setenta divórcios. Tu tens ideia que nunca como agora as pessoas estão juntas e passado algum tempo, seja lá por que motivos for, já não estão para se aturar e muitas vezes partem logo para outra relação? Tens ideia  que já não há amores para "a vida toda"? 

E sabes o que acontece às pessoas que cometem a estupidez de tatuar os nomes dos companheiros no corpo? Depois apagam-nos. Olha, como fez, por exemplo, o Johnny Depp com a Winona Rider. Toda a gente achava que eram o casal perfeito, que tinham tudo em comum. Adoravam-se. Mas sabes quantos anos durou a relação "perfeita" dos atores namoradinhos dos anos noventa? Quatro! Durou quatro anos! E sabes o que ele fez à tatuagem "Winona Forever"? Removeu-a! Pois é!

O que tu fizeste com a música "A vida toda" foi uma tatuagem musical. Não foi escrever, mas foi tatuar com música. A música ficará para sempre. E o amor só será eterno enquanto durar. E as tatuagens ainda se conseguem apagar como o Johnny Depp fez. Mas músicas não. Eu espero mesmo estar errado, mas no meu entender, o que tu fizeste, foi uma estupidez para a vida toda. 

4 comentários:

  1. Devo ser das poucas pessoas que não consegue gostar da música então..
    É que provoca-me um certo grau de irritação, tenho de mudar de estação assim que ela começa a dar, porque não consigo mesmo ouvir.
    Mas o amor faz isso mesmo, tolda a capacidade que uma pessoa tem de ser objectiva e de analisar as coisas como elas realmente são ou podem vir a ser. O amor e a paixão fazem as pessoas sonhar e acreditar no improvável.
    SF

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá SF, tudo bem?
      Não te podes basear só na minha opinião acerca da música! Agora que aquilo fica no ouvido lá isso fica! É o efeito "De Janeiro a Janeiro" do Fisco Doce!
      Agora nós podemos estar apaixonados e gostar muito de alguém, mas aconselha a sensatez a não usarmos as palavras "nunca" e "sempre" mais ainda quando algo não depende só de nós!
      Beijinho

      Eliminar
  2. Fica no ouvido fica...de forma irritante.
    Então, não acreditas que as pessoas se podem amar e ficar juntas para sempre? Não acreditas que isso é possível? Alguma vez acreditaste?
    O amor inebria, tem o poder de te fazer acreditar que tudo é possível.
    Beijinho
    SF

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu sou um romântico, claro que acredito que duas pessoas se possam amar e ficar juntas até morrer, isto apesar de ser cada vez mais raro. Mas não é uma impossibilidade. Acho que é ninguém o pode afirmar que conheceu alguém num dia de sol, que foi jantar e, logo ali soube que era "para a vida toda"! Pior, não pode afirmar que um dia, que quando o filho for maior e tiverem netos, o filho vai poder contar que os pais estiveram "sempre casados" e foram "eternos namorados"! Isto não existe! Ninguém sabe como vai ser!

      E agora que eu fui escarafunchar um pouco mais acerca deste casamento "tão especial", eu diria que esta música mais parece uma arma de arremesso tendo em conta que eles começaram a namorar logo a seguir a ele se ter separado da Carminho. E sendo assim, a música parece querer mostrar que ela ganhou um troféu, ou roubou um troféu de alguém, e as pessoas não são troféus. Agora que sei disto, sinceramente, não me parece bonito.

      E para quem já escreveu nas redes sociais que "há dias de nervos", "parece impossível chegar a um consenso" e "parece que habitamos planeta diferentes" não abona muito em favor do casal de eternos namorados. Quem sou eu para julgar quem não conheço, mas a avaliar tudo isto, parece que a senhora (de 24 anos) ainda é um bocadinho imatura.

      Beijinhos

      Eliminar