Antes da consulta, na Central de Consultas do Hospital, e enquanto aguardava a minha vez de ser chamado, chegavam dois velhos, quase de certeza um casal, e um empurrava o outro na cadeira de rodas. Achei aquilo muito bonito, mas inevitavelmente um pensamento assolou-me:
"Nunca vou ter alguém que cuide de mim se chegar aquela idade"...
Um eremita que vive na montanha, sem irmãos e que tirando os pais, quase nem família tem por perto (e os que que aparecem, muitas vezes só o fazem por interesse) e mais importante, não tendo (para já) companheira, arrisca-se a isso, a no futuro não ter quem esteja consigo na doença e nos maus momentos. E vou especular, mas se calhar muita gente arranja companheiro(a) para isso mesmo, para ter quem cuide de si no futuro. Até me lembro de uma situação que uma amiga me contou, de um homem que deixou a namorada, ou a mulher com quem andava a sair, para andar com outras. Entretanto teve um problema grave, sei que era na cabeça, e tendo que ir para o hospital, e lembrou-se subitamente da antiga namorada! e só pode ter sido certamente milagre!
Na consulta fiquei a saber que iria ser operado. Bem tentei empurrar de novo para a frente, mas o homem foi irredutível, afinal, já se tinha adiado duas vezes, e como o maligno está a multiplicar-se dentro de mim (imagem um pouco trágica demais confesso) e achou por bem cortar o mal pela raiz.
Eu acho que é nestes momentos que mais falta sentimos de ter uma companheira. O apoio dos pais é sempre reconfortante, mas sente-se falta daquela pessoa. Mas também já a tive, e estou-me a lembrar do primeiro internamento, e depois, não tive um comportamento conveniente. Eu sei que não foram momentos nada fáceis para mim, e é preciso alguma tolerância - e disse-o, por exemplo, ao meu colega de trabalho, acerca da sua mulher que também tem problemas de saúde semelhantes aos meus - mas mesmo assim, a esta distância, e já passaram 17 anos, não me orgulho muito da minha postura sempre exacerbada. Isso não interessa mais, há mais de dez anos que não falo com essa pessoa, mas lembro-me e penitencio-me.
Acho que sou uma pessoa minimamente alegre, bem disposta, sempre a resistir às adversidades, mas tenho tido inúmeros momentos complicados ao longo da vida. Quem me conhece bem sabe-o. Mas com ou sem companheira, acho que inúmeras vezes, nesses momentos mais complicados, há sempre um Anjo da Guarda que passa e me tenta proteger... mesmo que depois voe para longe.
Eu acho que não consigo ouvir o meu Anjo da Guarda, ou talvez ele me passe a mensagem de outras formas! E há até quem os consiga ouvir, quem faça ouvidos moucos e muitas vezes até os contrarie!... Mas eu lá vou tendo uns anjos, que à sua maneira vão cuidado de mim. Aqui fica o meu sincero agradecimento.
Na consulta fiquei a saber que iria ser operado. Bem tentei empurrar de novo para a frente, mas o homem foi irredutível, afinal, já se tinha adiado duas vezes, e como o maligno está a multiplicar-se dentro de mim (imagem um pouco trágica demais confesso) e achou por bem cortar o mal pela raiz.
Eu acho que é nestes momentos que mais falta sentimos de ter uma companheira. O apoio dos pais é sempre reconfortante, mas sente-se falta daquela pessoa. Mas também já a tive, e estou-me a lembrar do primeiro internamento, e depois, não tive um comportamento conveniente. Eu sei que não foram momentos nada fáceis para mim, e é preciso alguma tolerância - e disse-o, por exemplo, ao meu colega de trabalho, acerca da sua mulher que também tem problemas de saúde semelhantes aos meus - mas mesmo assim, a esta distância, e já passaram 17 anos, não me orgulho muito da minha postura sempre exacerbada. Isso não interessa mais, há mais de dez anos que não falo com essa pessoa, mas lembro-me e penitencio-me.
Acho que sou uma pessoa minimamente alegre, bem disposta, sempre a resistir às adversidades, mas tenho tido inúmeros momentos complicados ao longo da vida. Quem me conhece bem sabe-o. Mas com ou sem companheira, acho que inúmeras vezes, nesses momentos mais complicados, há sempre um Anjo da Guarda que passa e me tenta proteger... mesmo que depois voe para longe.
Eu acho que não consigo ouvir o meu Anjo da Guarda, ou talvez ele me passe a mensagem de outras formas! E há até quem os consiga ouvir, quem faça ouvidos moucos e muitas vezes até os contrarie!... Mas eu lá vou tendo uns anjos, que à sua maneira vão cuidado de mim. Aqui fica o meu sincero agradecimento.
Uma pessoa tão especial merece estar cercado por anjos!
ResponderEliminarMuitos estarão torcendo por você, não tenho dúvidas.
Boa sorte!
Beijos =)
Acho que é mais ao contrário Helena. Acho que são esses anjos que vou encontrando por aí que me fazem sentir um pouco especial na companhia deles ;)
EliminarObrigado mais uma vez ;)
Beijinho