Nos últimos dias não tenho andado muito bem. São coisas a mais e mesmo eu também não sou de ferro. Mas não te preocupes. São coisas maioritariamente pequenas. E até tenho pensado nisso. Por vezes andamos tão preocupados, tão stressados com coisas, que no fundo são tão pequeninas. Despendemos as nossas energias quando há coisas tão mais importantes em que nos deveríamos concentrar. Sim, eu sei que tenho que me cuidar... E é verdade que muitas vezes penso nos outros e esqueço-me de mim. Mas também sabes que sozinho é sempre um pouco mais difícil. Mas também sabes que eu também sou rijo e daqui por uns dias já estou bem.
Mas olha, ainda não foi hoje que fui à tua praia.. Cheguei mesmo a pensar nisso. Ir até lá, caminhar um pouco, talvez os ares do mar, que tu tanto gostas, me fizessem bem. Mas o meu estado de espírito não era mesmo o melhor. Mas tinha de sair de casa e saí, fosse qual fosse o destino. Acabei por me decidir ir a dois sítios onde também te levei. E na viagem entre um e outro, a determinada altura, um carro que vem atrás de mim chama-me a atenção. Queres adivinhar qual era o carro? Pois... e pelo retrovisor logo me apercebi que, ao volante dum carro de marca, modelo e cor do teu, estava quem? Uma mulher maquilhada, de cabelos pretos, pintados, brilhantes e de óculos de sol que lhe tapavam metade da cara. Sim sim, consegui ver isso tudo pelo retrovisor! Se não é perigoso conduzir e ir a olhar para trás? Acho que é, mas acho que não se apanha multa! E está calada porque ainda assim deve ser bem mais perigoso conduzir como tu conduzes!
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Por momentos, quando o teu carro deu uma gaitada, até pensei que pudesse ter sido para mim! Sei lá se tinha passado algum vermelho enquanto olhava para trás, mas o teu carro continuava a seguir-me, não deveria ter sido por isso. Depois, vê lá tu que quis acreditar que eras tu, que me tinhas reconhecido! Sim, como se isso pudesse ser possível! Tu que quando pensas em mim - eu sei que não pensas! tens mais em que pensar! - vês-me a galope no meu cavalo preto e não nesta nova carroça prateada que comprei. Claro que não fazia sentido nenhum tu teres-me reconhecido.
Apesar de eu rapidamente ter percebido que não eras tu, consegui arranjar explicação para poderes estar por ali: o teu irmão. Mas apesar das muitas semelhanças, as feições não eram as mesmas. Ainda assim, quando virei para aquele parque onde certo dia estivemos muito tempo dentro do carro - olha, naquele dia em que os pássaros pareciam mesmo querer-nos chamar a atenção - eu quis botar o olho à matrícula do carro! Não, eu não sei a matrícula do teu carro de cor. Sim, a sério!
Sabes, acho que a melhor parte deste dia triste, foi mesmo quando comecei a conversar contigo, a franzir o sobrolho e a fazer umas piadas. E até pensei, só mesmo tu para me fazeres rir!
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