sábado, 7 de novembro de 2015

Eu dava-te os Parabéns...

Se eu tivesse o teu número de telefone, hoje, podia-te ligar para te dar os parabéns. E nem precisávamos ficar cinco horas ao telefone - até porque parece que faz mal à saúde não é? - mas podia-te ao menos perguntar como é que tu estás e como é que vai a tua vida. Se aqueles problemas todos - que podiam dar um belo argumento de novela da noite - já foram ultrapassados. E podia-te perguntar se ainda sonhas em sair da agitação da cidade, porque sei que para ti, (tal como para mim) a felicidade está nas pequenas coisas, e se ainda sonhas ter o teu próprio negócio, mas num sítio tranquilo, rodeado pelos cheiros de alfazemas e outras plantas aromáticas.

E eu podia fazer um pouco de conversa - e bem sabes que comigo não há direito a silêncios constrangedores - e dizer-te, que ainda por estes dias, as minhas colegas de escritório, me faziam lembrar as conversas que me contavas das tuas colegas de escritório... É verdade! Quando por estes dias ouvia "O meu marido até ficou contente quando decidimos ter outro filho" lembrei-me logo do pavor das tuas colegas e dos "Hoje  acho que não devo conseguir fugir ao castigo"!

Ou podia simplesmente enviar-te um e-mail. Mas tu já não recebes e-mails nos endereços que me deste...

Bom, poderia sempre escrever-te uma carta. Ah, como era tão fixe quando escrevia cartas, e quando as recebia também. Acho que hoje em dia já ninguém escreve nem recebe cartas pelo simples prazer de as escrever e de as ler. Acho que me sinto velho só de pensar nisso! Os putos hoje em dia nem devem saber o que é um selo, quanto mais passar-lhes a língua delicadamente - assim mais ou menos quase como lhe estivéssemos a fazer um minete - e colá-los no envelope com a saliva. Só tal ideia deve-lhes causar repugnância, como se fosse coisa do tempo dos homens das cavernas, tempos em que ainda não se tinha ainda internet nem telemóvel, e não se acordava de noite, só para ir ver a rede social. O horror que deveria ser viver nesses tempos!
Pois é, mas não poderia enviar-te uma carta... porque não sei onde moras.   

Eu hoje até de dava os parabéns, se tivesse como o fazer. 

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