"Mas dá-me a sua palavra"?
Há muito tempo que não ouço esta expressão "dar a palavra" "dar a palavra de honra". Antigamente vendiam-se casas e terrenos, e todo o tipo de outras coisas de valor, sem qualquer contrato ou documento assinado. Bastava dar-se a palavra, bastava dizer que o negócio estava feito, que quem comprava estava totalmente seguro.
Mas aos poucos, e não sei qual foi o fenómeno - que o expliquem os sociólogos - muita coisa mudou, e a palavra, seja das pessoas mais humildes, ou das pessoas com os mais altos cargos do país, vale tanto como o "chapéu d'um trolha". Hoje em dia, muitas vezes, até com documentos assinados, as pessoas tentam voltar com a assinatura atrás.
Isto vem a propósito de ontem, um artista, num desses sites de vendas da treta (OLX) fazer negócio comigo de um artigo por 80€, e à noite já me vir dizer que fica sem efeito pois vendeu a outra pessoa por 90€!
A palavra deste sujeito vale 10€. Por dez euros, borrou-se. E é isto o chico-espertismo nacional. Este sujeito pode até ter uma brilhante carreira na política por exemplo. Tudo o que ele diz e afirma é irrevogavelmente falso.
É nestas pequenas coisas que vemos o estado do país. Temos políticos corruptos, mentirosos, aldrabões, mas mais grave que isso, é termos um povo que é feito dessa mesma matéria, e é por isso que isto não tem volta. As pessoas votam nos mentirosos e nos corruptos, porque no fundo gostavam era de estar no lugar deles, gostavam de ser uns VIP que "nem sabem que têm de pagar impostos".
No fundo um povo corrupto nunca que tolerará um político honesto.
No fundo um povo corrupto nunca que tolerará um político honesto.