sexta-feira, 12 de maio de 2017

A Vergonha da Tolerância de Ponto por causa do Papa

Nesta 6a feira, 12 de Maio de 2017, eu tive de levantar a peida da cama cedo e ir trabalhar oito horas. Outras pessoas houve, que apesar de também viverem no mesmo país que eu, e terem emprego, viram o seu dia pago pelo simples facto de serem funcionários públicos e com a desculpa da vinda do Papa a Portugal. 



E num só gesto o nosso Primeiro-Ministro António Costa dá dois tiros, um na igualdade de direitos, e o outro no (suposto) Estado Laico. Se não queria descriminar, então que se desse feriado e ponto final, era igual para todos. Quem quisesse ir ver o Papa ia, quem quisesse ir fazer outra coisa qualquer, que achasse mais interessante também tinha essa liberdade. Assim não. Os funcionários púbicos, que já trabalham menos horas por semana, e que têm mais dias de férias, e que tantas vezes, têm uma produtividade miserável, têm assim mais um dia de férias, ao passo que quem trabalha no privado fode-se. Igualdade? Onde?

Depois, se somos um Estado Laico, não tem de haver tolerância de ponto para ninguém por motivos religiosos. Querem ir ver o Papa? Então metam um dia de férias. Mas então, porque raio é que só quando cá vem o líder da seita católica é que há tolerância de ponto? E as outras religiões não têm direito? 

Foi uma vergonha. E nunca na vida que eu votaria num partido que descrimina as pessoas e que não separa o Estado da religião. 

2 comentários:

  1. Subscrevo completamente o que disseste meu caro. Que país é este? Então de manhã fui ver por curiosidade as "celebrações" do centenário das aparições e quem vejo? Hot shots da política portuguesa. Belo estado laico em que vivemos. Estamos ao nível de alguns países muçulmanos em questões religiosas.
    E para além disso o público só tem privilégios em relação ao privado e ainda querem mais regalias.
    Abraço
    area-escritalhada.blogspot.pt

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    1. Ora bem, eu por exemplo não considero privilégios trabalhar-se 35 horas no público (quando muitas vezes até são bem menos); mas considero completamente aberrante, quem trabalha no privado ter de trabalhar mais 20 horas por mês - que são quase mais TRINTA DIAS ao fim do ano! É uma aberração.
      Somos todos pessoas do mesmo país, e se só há uma Constituição, e somos todos trabalhadores, então temos de ter direitos e obrigações iguais, e não duas realidades completamente distintas. E esta questão da vassalagem à Igreja Católica é mesmo vergonhosa.

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