domingo, 18 de fevereiro de 2024

Dia dos Namorados do Poliamor

 Esta semana que passou tivemos novamente a praga do dia dos namorados que, ainda por cima, calhou na mesma semana da outra praga que é o Carnaval.

Escusado será escrever (porque quem aqui me lê já conhece a minha opinião) que, por todos os motivos e mais alguns, acho o Dia dos Namorados uma verdadeira palermice e uma enorme falta de gosto e de originalidade. Cinquenta dias após a hipocrisia do Natal temos mais um dia dedicado ao comércio, para faturar prendinhas e jantares a rodos. É como se todos os casais do mundo fizessem anos nesse mesmo dia, tivessem que trocar prendas, ir jantar fora e dar a trancada da misericórdia. 

Mas porque me interesso por todas as formas diferentes que as pessoas têm de se relacionar, ocorreu-me a pergunta: e como funcionará nas relações poliamorosas? Como é o lado prático da coisa?


Para não complicar muito, vamos supor que eu tenho duas namoradas. Uma dessas namoradas tem outros dois namorados e a outra tem mais. Mas, como é lógico, estes três namorados das minhas namoradas também têm outras namoradas e, certamente também quererão jantar com elas... Muito facilmente temos dez ou vinte pessoas a namorar umas com as outras! 

E depois como é faz? Não dá para marcar dois ou três jantares na mesma noite com várias pessoas, primeiro porque não haveria tempo e depois porque só se janta uma vez! Então quê, marca-se um jantar para todos, estilo jantar da empresa? Acaba também por ser chato, porque depois eu quereria ficar junto das minhas duas namoradas, mas os namorados delas também quererão o mesmo. E depois da troca de prendas e do jantar? Faz-se uma orgia para todos ficarem satisfeitos? Mas e se algumas pessoas estão numa cena de sexo exclusivo só com uma pessoa, como é que é?

Ou é como nas famílias por altura do Natal e Passagem de Ano em que este ano passo o Dia dos Namorados com a namorada A e depois para o ano troco e passo com a namorada B? 

Admiro estas novas formas de amar mas, talvez por ser um gajo muito prático, intriga-me sobre como será que se faz a gestão destas pequenas coisa numa sociedade que está organizada de forma diferente e que, parece que o tempo é cada vez menor. 

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