Depois de quatro meses terem passado, e depois de muitos outros quatro meses se terem seguido.
Precisamente hoje, neste dia, um ano atrás. Ou devemos considerar que foi ontem? porque naquele dia, em que ambos ainda não sabíamos que seria o último, aconteceu no domingo de ontem de há um ano.
Não precisei de ir folhear a agenda do ano passado nem tomei nota para me lembrar. Nem foi por andar desocupado e não ter mais nada em que pensar, porque em boa verdade até tenho andado muito ocupado com demasiadas coisas. Desde logo com o muito trabalho - eu sei que não posso abraçar o mundo com as mãos - com a preocupação das pessoas que me são próximas, e entretido com alguns momentos de lazer, e eu sei que tu ficas contente com isso pois queres sempre que eu te fale de coisas bonitas. No fundo tu sabes bem que eu lembrei-me porque simplesmente seria impossível não lembrar não é?
Não fui lá nem tinha planeado lá ir. Sim poderia ter ido mas não fui.
Também posso ir lá ver-nos noutro dia qualquer. Ou posso ir a dezenas de outros sítios onde estivemos sempre tão mais felizes, olha, como da última vez que nos encontramos, ali, de frente para o mar, naquela posição... de "alinhamento de chakras"?!
Via Pinterest |
Mas tu sabes que aquele banco de jardim terá sempre uma carga emocional diferente para mim. De certa forma nós morremos lá naquele banco. Achas que um dia deveríamos ir lá para termos uma outra memória posterior? Se calhar até faria sentido. Olha, podíamos sempre revisitar as galinhas, que andam sempre por lá, de volta daquele mesmo banco de jardim.
Eu olho para ele como se de um memorial se tratasse. Vejo-nos lá aos dois, cada um à sua maneira a tentar lidar com a sua dor e não imaginaríamos que aquela seria a despedida, a que nunca haveríamos de ter.
Mas sabes, eu acredito hoje, e quero mesmo acreditar, que nós nunca nos despedimos porque na verdade não mais nos iremos separar.
Onde quer que estejas, espero que estejas bem.
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