segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Seis meses de outra coisa qualquer

Parece que ainda foi ontem, mas faz já esta semana seis meses que voltei ao mercado de trabalho depois de um longo calvário.

Os dias deixaram de ser todos iguais. Os fim-de-semana e os poucos feriados que ainda nos restam, voltaram a ter a importância que já não tinham. Afinal, são os dias de descanso, de lazer, de regabofe e o pequeno tempo livre, para tratarmos das nossas próprias coisas, pois se nós não as fizermos, não temos nenhum trabalhador que as faça por nós. Quando estamos desempregados, os dias são todos iguais, quando se trabalha, estes dias são o pequeno intervalo de tempo, que a escravatura laboral permite.

Depois de um longo e penoso calvário, quando arranjamos um emprego, e alguém, no meio de tantas outras pessoas, decide apostar em nós, senti-mo-nos muito agradecidos pela oportunidade, e no meu caso, fiquei também ansioso e com medo de falhar, e eu sei que isso não é lá muito bom.




Mas o que eu sinto, e não sei se é estranho ou não, se é comum a outras pessoas ou não - se algum psicólogo passar por aqui que o diga - é ter um sentimento de agradecimento. Sinto-me quase como uma espécie de trabalhador-cão-abandonado.

Se fizermos uma festa, alimentarmos e acolhermos um cão abandonado, este (ao contrário das pessoas) ser-nos-à fiel até ao resto dos seus dias. E o que eu sinto, é muita gratidão para com as pessoas que me escolheram. Claro que escolheram a pessoa que acharam que seria melhor para eles, no fundo não me fizeram nenhum favor. E eu sei que não me escolheram pelos meus lindos olhos verdes, mas sim por acharem que eu talvez fosse o melhor dos candidatos. E se eu não servir, sairei rapidamente pela mesma porta por onde entrei. Sei perfeitamente disso.

Mas não deixo de ter esse sentimento de gratidão. Logo eu que até sempre tive um espírito muito reivindicativo, quase sindicalista, hoje em dia nem olho para o recibo do vencimento. Estou-me a borrifar se aquilo está certo ou errado. Estou a trabalhar e é isso que me importa.

X.: Fazem agora também seis meses que me ajudaste quando mais precisei, e eu não me esqueço de quem me faz bem. Ainda assim escusavas de ter desaparecido, contudo, espero que, onde quer que estejas, estejas bem. Vê-mo-nos por aí noutra vida qualquer.

5 comentários:

  1. Não podia estar mais orgulhosa. Sabia que ia ser uma nova fase cheia de conquistas.
    Estou verdadeiramente feliz por ti.
    Xana

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    1. Eu ainda tinha a leve esperança que passasses por cá assim de vez em quando.. E na verdade este "post" foi só a desculpa que arranjei para fazer a mensagem chegar ao destino.
      É muito bom saber que, mesmo longe, há alguém que torce por nós. Eu espero sinceramente que os ventos te estejam a correr de feição porque, eu mais que ninguém, sei que tu mereces. Obrigado por tudo, e qualquer coisa sabes onde encontrar o eremita que vive lá numa caverna do norte!

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    2. Xana: Se receberes a notificação contacta-me.

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  2. Tu e as cavernas....
    Estou contente por ti :)
    Se te escolheram foi porque tu és sem dúvida a pessoa que andavam à procura.

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    1. Ah isso não tem nada a ver! Há tanta gente a escolher pessoas erradas! Nem ninguém anda à minha procura - eu é que às vezes posso sair melhor que a encomenda! Ou não!

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