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terça-feira, 28 de novembro de 2017

Não Me Morras

Eu gostava de saber mais. Muito mais. Sobre isso e sobre tudo o resto. Gostava de saber muito mais sobre ti. Sei pouco. Às vezes também não é preciso saber. Basta sentir. E gostava de saber de onde é que vem todo esse sofrimento que carregas e que tanto te consome. Um sofrimento que tem de ser quase insuportável a ponto de achares preferível deixar de viver a teres de enfrentar esse peso a cada novo dia que passa. Eu sei que não consigo imaginar o quanto estarás a sofrer, porque sei muito bem que é preciso estar a sofrer muito para nada mais interessar. Como se quisesses acabar tudo para quem sabe recomeçar de novo de forma diferente.

Nós nascemos sozinhos. Vivemos juntos. Morremos sozinhos. Ninguém pode morrer por nós. Ninguém pode sofrer por nós. O que tivermos de passar, teremos de ser nós a passar. Ninguém poderá passar por nós. E eu sei que nada do que eu te disser agora te animará. Não interessará que eu diga que és uma pessoa encantadora, certamente muito querida por todos, e de quem, certamente, toda a gente gostará. Nada adiantará eu dizer que toda a gente vai sentir muito a tua falta. Os teus pais, amigos e todos aqueles que te querem bem. Sei bem que nada disso interessa porque estás a sofrer e o sofrimento não desaparecerá com as bonitas palavras e incentivos dos outros. 



E eu não tenho que saber de nada. E o mais importante eu já sei, que é saber que não estás bem. Que queres acabar com tudo e ir-te embora. E isso é mesmo muito triste para mim. Sinto-me impotente, porque, mais uma vez, nada posso fazer. E eu sei que nada do que eu possa dizer te fará sentir melhor. E isso é muito triste para mim. 

Tu sabes melhor do que eu. Certo dia, faz hoje precisamente dois anos, aproximaste-te de mim. Aproximaste-te só para me mostrar que havia alguém, que mesmo não me conhecendo, que se importava com a minha tristeza. E só isso já diz muito sobre a pessoa que és. Hoje, sou eu que te quero dizer que estou aqui para ti. Sempre. Tens-me sempre aqui para ti. Desculpa já não ser um desconhecido para ti. Já me conheces, já sabes como eu sou, não te posso motivar a conhecer alguém alguém novo. Mas por outro lado já sabes como eu sou. Sabes com o que podes contar. E eu sempre achei que é para isso que servem os amigos. Pois é. Durante tanto tempo não conseguimos encontrar definição para o que éramos um do outro. Amigos sempre me pareceu bem. E para mim os amigos são para estarem lá quando precisamos deles.

E o que eu gostava era de poder estar agora contigo. Agora, que precisas. Gostava de poder abraçar-te e deixar-me abraçar por ti, com toda a força que entendesses, mesmo que me deslocasses duas ou três costelas! Entende que, mesmo ninguém possa resolver o que te aflige, tu não tens de lutar sozinha. É mais fácil se dividires o fardo com aqueles que te querem bem. E eu quero-te muito. E bem.