domingo, 30 de abril de 2017

Por que é que não tenho nenhuma Religião?

"Pensa muita gente - quase toda a gente que, dizer Deus, é dizer religião. E, em Portugal, é dizer missas, templos, rezas, Fátima, procissões, promessas, santuários, padres, bispos, ou pastores, frades, freiras, conventos... Como se Deus gostasse dessas coisas beatas de que, hoje, felizmente, as novas gerações já não gostam, ou gostam cada vez menos. (...)

As religiões sempre têm estado presentes na vida dos povos, desde o princípio. Hoje, também (felizmente, cada vez menos). Pensamos - têm-nos levado a pensar - que esta constante sociológica é um bem. E que é, até, um dos frutos da Presença/Ação do Espírito de Deus no Mundo. 
Nada mais errado! As religiões não são um bem. Muito menos invenção de Deus. São um mal. E invenção dos seres humanos mais assustados perante um mundo e uma natureza que eles não conhecem suficientemente, e por isso, não controlam nem dominam. O medo criou os deuses. E as religiões. 

Com as religiões, vieram ao mundo muitos outros males. Podemos até dizer que elas são algo de perverso no ser humano. Não são, como se diz, o que de melhor há no ser humano. São um aspeto do que há de mais perverso no ser humano. Só assim se compreende que elas sejam fonte de ódios, de guerras, de fanatismos, de desumanidades de toda a ordem. Inclusive, nos ambientes do Antigo Testamento, em que o povo hebreu se tinha por povo eleito de Deus e, por isso, passava ao fio da espada e lançava ao anátema geral as cidades vencidas, só porque seguiam um Deus ou deuses distintos do dele. 

Mas por que é que digo que as religiões são um aspeto do que há de mais perverso nos seres humanos? Porque as religiões são meios inventados pelos seres humanos através dos quais as respetivas elites dirigentes tentam dominar Deus, colocá-Lo ao seu serviço e ao serviço dos seus interesses pessoais, familiares, de clã, étnicos ou de nação. Para que, assim, os crimes que cometam contra a humanidade deixem de ser crimes, passem a ser obra boa e santa, cruzada, guerra santa e outras coisas perversas do género! Ou seja, para que Deus fique sempre como o canonizador de todos os crimes que cada povo possa cometer contra outros povos. Só que um Deus assim, manipulado, domesticado, ao serviço de certos interesses de grupo, por maior que esse grupo seja, não é Deus, mas um ídolo!

Por isso as religiões são idolatria. Tudo o que fazem é para tentar ter Deus por sua conta, ter Deus ao seu serviço. Nem que para isso de imolar em honra dele o que as populações têm de melhor, como são os filhos são e escorreitos. Como aconteceu também entre nós, em Fátima, com aquelas duas crianças supostamente "videntes", condenadas a ter de morrer antes do tempo. Para que Deus, agradado com esta imolação de inocentes, contivesse a sua ira contra os pecadores, e eles já não tivessem de ir penar para o inferno eterno!...
(...)

E Deus disse: Do que eu gosto é de política, Não de Religião / Padre Mário Oliveira (2002)

Conversas Improváveis 11

Pode-me mandar foto se faz favor?
- Sim, dê-me o seu e-mail que envio para lá.
Desculpe mas não tenho e-mail. Mande-me para o messenger para o fac.

(Foda-se! O Messenger acabou há uns anos quando a Microsoft comprou o Skype. A gaija quer que eu lhe mande para o fac? Que raio será o fac? Faculdade? Na volta é alguma merda nova que surgiu e eu ainda nem sei o que é...)

Senão mande por mensagem.
- Não dá porque o meu telemóvel é muito antigo.

(Por acaso não é assim tããão antigo pois até tem câmara e tudo - que modernice! - mas agora as MMS, com o advento dos telemóveis com internet pagam-se - sabias?!)

AH, não tem fac?
(Foda-se, e ela a dar-lhe com o raio do fac!!)
- Não sei o que é isso.
Facebook

Castor Troy / Nicolas Cage /Face Off

A sério? "Fac" é Facebook? Toda a gente que envia mensagens abreviadas para o telemóvel deveria nascer-se um azevinho no cu! Para quem não sabe, as abreviaturas começaram-se a usar nos telemóveis, porque as mensagens escritas pagavam-se! E então poupavam-se espaços e carateres! mas desde há muitos anos que as mensagens escritas não se pagam! Então porque caralho é que há pessoas que continuam a abreviar? É por preguiça? Esperem! Querem ver que também abreviam quando vão à casa de banho? Tu queres ver que também há pessoas que cagam e puxam as calças para cima para ser mais rápido e abreviado? Se calhar há!

Depois outra coisa. Quer dizer, tu não tens e-mail mas estás registada no Facebook? E eu que pensava que para tudo que é preciso um registo na internet era preciso o e-mail. Mas tu queres enganar quem?

Jogo do Dia: Só gostamos de pessoas que sejam como nós?

Inquérito em jeito de passatempo no site do The Guardian:

Será que somos atraídos por pessoas como nós - mesmo quando são desagradáveis? Um ponto comum nos estudos psicológicos é que tendemos a ser atraídos para pessoas que são como nós. Mas isso é verdade mesmo quando a outra pessoa tem traços de personalidade desagradáveis? E, mais importante, o que é que as tuas respostas dizem sobre sua própria personalidade?

Quanto é que gostas de pessoas que mostram cada uma das seguintes características numa escala de 1 (extremamente desagradável) a 5 (extremamente simpático): 

a) (antagonism) conflituoso; B) manipulador; C) (grandiosity) grandiosidade (?) ; D) busca por atenção.


O resultado médio é obtido adicionando-os e dividindo por 4. Se marcaste entre 1 e 2, então tu estás na média: a maioria das pessoas acha que os hostis, manipuladores, gente que procura atenção com uma opinião exagerada de se mesmo bastante insuportável. Se o resultado deu-te 2 ou mais, então tu mesmo podes ter uma tendência para esses traços desagradáveis. 

Um estudo recente em Houston, Texas, descobriu que as pessoas que se classificam como possuindo esses traços negativos também são menos ofendidas por essas características do que o resto da população. Eles classificam esses traços como indesejáveis ​​(cerca de 2 pontos na escala de 5 pontos), não tão indesejáveis ​​quanto a maioria das pessoas os classifica (uma média entre 1 e 2). Curiosamente, o mesmo estudo descobriu que as pessoas que possuem esses traços negativos classificam características positivas como a consciência como menos desejáveis ​​do que a população em geral.

Então, sim, nós gostamos mais de pessoas que são como nós, mesmo que eles sejam bastante desagradáveis.

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Isto é extremamente curioso quando ainda ontem, em conversa, eu me questionava se seria possível eu ter um relacionamento com alguém extremamente conservador, e que votasse, por exemplo, nos partidos da extrema-direita (PSD / CDS).
Até recordo de novo quando o Torrejõn, um colega de estudou comigo, e era a pessoa do grupo com quem criei mais empatia, e me contava quando descobriu que a namorada da altura, tinha votado no Bloco de Esquerda! Um ultraje! sendo ele de extrema-direita (mas extrema a sério! PSD/CDS é para meninos!) e que achava que os pretos e homossexuais e doentes com SIDA era metê-los todos numa ilha e mandá-los pelos ares; que tinha nos Estados Unidos um exemplo de país; que defendia com unhas e dentes as touradas. Tudo coisas que eu abomino!

Mas não estou certo que pessoas com diferentes visões do mundo não se possam apaixonar. Mas acho que não será fácil. Uma pessoa que tem uma visão do mundo completamente diferente da nossa, não nos vai conseguir compreender, ou não vai conseguir ver as coisas do nosso ponto de vista, e se não nos sentirmos compreendidos, será que nos conseguimos sentir amados? Não sei. Dificilmente.

Por isso estes estudos chegam à conclusão, óbvia, que gostamos mais de pessoas que são como nós.

Ótimo para o Turismo!


Adelino Maltez - Politólogo 

No centenário das “visões”?

Nem me fale em Fátima que o meu avô esteve lá no dia do "milagre do sol"... Foi de propósito e não viu nada! Ainda na semana passada me convidaram a ir a Fátima a um colóquio do Centro Nacional de Cultura e eu contei isto. "Sou maçon e não acredito em Fátima." Mas vamos proibir Fátima? Claro que não! A República inventou o busto da República e chamou-lhe "Marianne" e o que fizeram os católicos? Roubaram-na e, em 1917, inventaram a "marianolatria", nascida em cima de um culto popular céltico. Só um parvo diria que não deveria haver culto de Fátima. É óptimo para o turismo, para a república e para o País. É excelente que António Costa receba Francisco!



sábado, 29 de abril de 2017

Ainda as Putas & Bebedeiras

Amar é um verbo. Demonstramos o nosso amor através de acções. E uma pessoa só se sente amada quando a outra lhe manifesta o seu amor com beijos, abraços, carícias e demonstrações de generosidade. Uma pessoa que ama procurará sempre o bem-estar físico emocional da pessoa amada. 
Ninguém acreditaria que uma mãe ama o seu filho se não o alimenta, se não trata dele, se não o cobre quando está com frio, se não lhe oferece os meios para para poder desolvolver-se e tornar-se independente. 



Ninguém acreditaria que um homem ama a sua mulher se em vez de lhe proporcionar dinheiro para as despesas o gasta em bebedeiras e em putas. Um homem pensar primeiro em satisfazer as necessidades da sua família e não as suas é um ato de amor. 

Tão Veloz como o Desejo / Laura Esquivel / 2001

terça-feira, 25 de abril de 2017

Anti-socializar por aí...

Afastei-me do maralhal. O evento surpresa que se realizava no piso superior não era coisa para mim. Apesar de julgar ser muito sociável, na verdade, ironicamente, sou também bastante anti-social. Parece um contrasenso mas não é.
Mas eu conseguia ouvir bem ao longe que aquilo não era mesmo para mim! E pé ante pé, fui-me afastando e acabei por ir até ao pequeno parque de merendas onde tinha um campo de futebol de cinco. Os putos, três da terra, e outros três que tinham ido connosco, andavam por lá a jogar e fiquei a vê-los. Geralmente nestas idades nunca ninguém consegue explicar aos miúdos o que é o futebol: um jogo com duas equipas mas só com uma bola e em que o objetivo é passá-la, de jogador em jogador, até consegui-la enfiá-la por entre os postes. E os putos fazem o oposto, em vez de fazerem a bola correr, correm feitos malucos com ela nos pés. Até a perderem. Para fazerem isso, deveriam inventar um outro jogo, em que cada um jogava com uma bola. 
Um dos putos da equipa da terra, acho que era o mais alto, mexia-se com os tiques do Cristianinho. Talvez seja normal. Eu não via putos a jogar há muitos anos, mas os putos imitam sempre os ídolos. Talvez hoje os putos joguem todos a imitar o Cristianinho. Eu por exemplo, tinha a mania de me movimentar como o Caniggia, ou o Poborsky ou o Kulkov...! Bom, isto depois de me ter passado aquela fase de querer imitar o melhor guarda-redes do mundo. 



Passado um bom bocado chega uma mulher do nosso grupo, e que fiquei a saber que era mãe de um dos putos. Talvez seja mais ou menos da minha idade. Baixa, cabelos pelos ombros, pintados, talvez entre o loiro e o cor-de-laranja. Facilmente a identifico só pela voz grave e anasalada como a da Sónia Tavares. Ela ficou uns metros à minha frente sentada noutro banco. Eu continuava também sentado, sozinho, a observar os putos, mas agora mais interessado em observar a mãe.  A mãe ia dando instruções. Fazia comentários. Até que a mãe foi também jogar e foi para a baliza. E as regras subitamente mudaram: "se alguém chutar de força leva vermelho". 

Mais adiante, lá ao fundo, depois do campo de futebol, tinha saído o grupo de pessoas que por lá tinha estado à sombra. E passado um bocado um puto que passou por lá achou um telemóvel ou televisor. Os telemóveis agora são quase do tamanho dos televisores. Longe vão os tempos em que os homens competiam para ver quem o tinha mais pequeno. O Adulto dizia-lhe que ele ia fazer alguém feliz, alguém que já poderia ter dado conta que tinha perdido o telemóvel. Mas ainda assim o puto advertia "Se não for de ninguém fica para mim"!

Nos dias de hoje não sei qual seria a percentagem de crianças que, achando um telemóvel que mais parece um televisor o iria entregar. Se calhar estou a partir de um princípio negativo, é possível, mas ainda assim, o puto marcou uns pontos, ou melhor, as pessoas que o educaram a entregar o que não é dele marcaram pontos.  

E foi só mais um dia a anti-socializar por aí. 

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sinto o tempo passar quando....

Sinto o tempo passar quando olho com aquele olhar que tira as medidas, não predador mas quase lascivo, naqueles segundos em que passo de carro e vejo uma jovem que espera pela camioneta na paragem. Na mesma paragem onde eu, durante tantos anos também esperei. Dias depois apercebo-me que a jovem é filha da Mafalda, uma menina que estudou comigo na Telescola



Esta curta publicação estava para ter por título "Sinto-me velho quando...", mas a verdade é que, apesar dos cabelos brancos irem proliferando cada vez mais (apesar de ser sempre preferível ter neve nas telhas, do que ver as telhas voar!) mas na verdade continuo a sentir-me o mesmo miúdo de sempre. Parece cliché mas acho mesmo que a velhice está na cabeça, apesar de, como é lógico, com o tempo o corpo começa a não corresponder como antes, e que o digam os jogadores da bola. 
Mas há tanto puto envelhecido por aí...


domingo, 23 de abril de 2017

Shhh


Na Calçada das Carquejeiras - Porto

Bufo-real


O Bufo-real (Bubo bubo) é uma espécie de ave estrigiforme pertencente à família Strigidae. É, atualmente a maior espécie de coruja existente no planeta, chegando a 86 cm de comprimento, 1,70 a 2,10 metros de envergadura e pode pesar até 5,5 quilos.O Bufo-Real tem uma longevidade bastante extensa que pode variar de 10 a 20 anos. (Wikipedia)

sábado, 22 de abril de 2017

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Acabe-se Já com a Medicina - Obriguem-se as Pessoas a Rezar aos Santos!

Tenho acompanhado ao de leve a discussão acalorada, por causa da enorme pandemia que Portugal atravessa de milhões, milhares, centenas, afinal parece que são vinte pessoas infetadas com sarampo. Tem sido uma tragédia, algo nunca antes visto, tal é a forma como os média portugueses não falam de outra coisa! E a discussão faz-se entre os dogmáticos defensores das vacinas, e aquelas ovelhas tresmalhadas, que como eu, gostam de questionar e analisar as coisas com outros olhos. 

E após uma breve análise já tirei as minhas conclusões. E o que eu acho é que se deveriam fechar os hospitais e deixar de formar médicos e enfermeiros. Deveria-se acabar já com a medicina! 
E deveria-se obrigar toda a gente, não a tomar todas as vacinas que a Santa Indústria Farmacêutica prescreve, mas sim, sempre que uma pessoa estivesse doente, obrigá-la a rezar à Santinha de Fátima e aos Pastorinhos, pois como se vê hoje na primeira página do jornal mais credível do país, os novos santinhos de Fátima já curam as pessoas!
Os milhões que se vão poupar ao SNS e em absentismo ao emprego! E com isso este governo de esquerda, já pode baixar a idade da reforma para os 50 anos! A fé é sem dúvida o melhor tempero. 


E eu acho realmente muita piada a quem se manifesta violentamente contra quem não segue a cartilha de que todas as vacina são boas, e que tudo o que a indústria farmacêutica coloca no mercado é para o bem da Humanidade. E eu vi algumas coisas que se têm escrito na blogosfera. De repente, até eu já pareço um terrorista fanático! Mas só ainda não percebi é qual será o interesse escondido das pessoas que ousam questionar as vacinas. Questionar e procurar esclarecimento, hoje em dia é crime, mais ou menos como era na Idade Média era crime mortal questionar Deus. 

Mas o meu interesse eu sei qual é. É questionar e tentar ficar minimamente esclarecido. É principalmente ousar pensar pela minha própria cabeça e não aceitar qualquer monte de merda que aparece nas televisões e nos jornais como uma verdade universal. É também saber que o negócio da saúde das pessoas só é ultrapassado pelo negócio de armas, tirando isso, nada dá mais dinheiro que o negócio da falta de saúde das pessoas. E é saber o que se disse por alturas da gripe A. Vinha aí, não o Diabo, mas uma enorme pandemia. Milhões e milhões de pessoas iriam morrer. Todos tinham de tomar a vacina, todos tinham de comprar aquele líquido desinfetante para as mãos (que em França foi proibido) e ia ser um caos. E é saber, que mais de 50% dos médicos e enfermeiros - grupo de risco! - não as tomaram! 

Mas se aparece nos jornais e nas televisões que os santos fazem milagres e curam as pessoas, então, acabe-se já com a medicina e os hospitais. Não obriguem as pessoas a tomar vacinas, Obriguem sim toda a gente a rezar! Fica muito mais barato!

Mas atenção, rezem de forma correta, com a correta devoção! Há muita gente que vai a Fátima a pé e depois acaba atropelado. Ou como uns tios da minha mãe, que num dia foram a Fátima rezar e à noite chegaram a casa e tinha a própria casa em ruínas por causa de um incêndio.

Rezem todos à Santa Vacina, mas cuidado, rezem com devoção, porque às vezes a coisa pode mesmo dar para o torto. 

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Hoje não te vais Sentar no teu Lugar


Via Pinterest
Obviamente que não existem lugares marcados à mesa. Mas habitualmente cada pessoa ocupa sempre o seu mesmo lugar, e eu tomo sempre o meu. Hoje uma colega, que de vez em quando parece querer saltitar de lugar em lugar, decidiu que haveria de se sentar, naquele que é, habitualmente, o meu lugar à mesa do refeitório. Não podendo eu sentar-me no colo dela, ocupei o lugar à sua esquerda que é, habitualmente, o lugar de um outro colega. E conforme as restantes pessoas foram chegando, toda a gente foi ocupando um lugar, diferente daquele que é, habitualmente, o seu lugar. 

E assim se prova, como uma pequena decisão de uma pessoa, pode modificar a rotina de de todas as outras pessoas. 

domingo, 16 de abril de 2017

Universo: queres falar?

Há sempre mais um gato, aqui ou ali, ou a aproximar-se de mim para me assombrar. O que me vale é que eu quase nunca me lembro dos meus sonhos, se não, provavelmente iria descobrir agora que os meus piores pesadelos envolviam gatos.

A última conversa que tive com a Paula foi sobre quê? Gatos precisamente. Depois a Paula desapareceu. Para sempre. Não estou nada a ser trágico, nem dramático. É verdade. Espera... deixa corrigir, pelo meio ela deixou aqui um ou outro comentário. Mas isso não conta porque não voltamos a falar. Se um dia te encontro Paula, vais levar tantas nesse cu até ele ficar vermelho como a camisola do Benfica! 

Mais recentemente foi a Sofia. Penso na Sofia constantemente, pelo menos todas as semanas é de certeza. Talvez eu lhe devesse telefonar, ao menos para saber se está tudo bem com ela, mas não sei. Já no ano passado lhe enviei mensagens de telemóvel, e já lhe enviei um e-mail este ano. Não responder acho que é sinal suficiente que não quer falar comigo, e na realidade já não falamos vai para um ano. Bem, ao menos eu sei onde ela mora. E é curioso que a Sofia tinha-me dito que acreditava que eu seria das poucas pessoas que levaria como amigo para a vida, ainda por cima sendo eu uma pessoa com pénis. Sempre nos demos muito bem e acho que ela sempre soube o quanto gosto dela. Pois é... tudo corria bem até ao dia em que eu escrevi sobre gatos, aqui no blogue.


Sim, para mim foi uma discussão completamente parva, ao estilo de o-meu-clube-é-melhor-que-o-teu. Mas para a Sofia não foi. Foi grave porque encarou as coisas de forma pessoal. Claro que ela sabe muito mais sobre o assunto que eu, e sentiu como se eu a estivesse a atacar pessoalmente, mas não foi nada disso. Pelo menos esta é a minha versão, a dela será sempre um pouco diferente. Eu entendo perfeitamente o que pessoas como ela defendem e o mérito que essas pessoas têm em desenvolver o trabalho que desenvolvem, mas eu tenho a minha própria visão das coisas. Não se trata se discutir quem está certo ou errado, porque o mais estúpido, é que se calhar, até estamos os dois certos. 

Mas isso não interessa para nada. O que interessa é que eu perdi a amizade de uma pessoa que me era especial. E eu sinto-me culpado apesar de também achar que, uma discussão sobre gatos não deveria ser o bastante para acabar com uma amizade de anos.  

E se durante tantos anos os gatos andaram afastados da minha vida, agora são uns atrás dos outros que vão constantemente aparecendo. Gatos, gatos e mais gatos. Olha, ali um, na estrada atropelado. Eu sei Paula, que morrem muitos gatos atropelados na estrada. Esta semana, a gata da vizinha teve quatro filhos em casa dos meus pais. Eu sei Sofia, a importância do planeamento familiar para os gatos. 

E esta semana, mais um gato, veio miar para a minha beira em minha casa.
Universo: queres falar?

Ridículo e sem Noção

Desejar uma "Santa Páscoa" a quem não conhecemos é como desejar um santo Ramadão. Ridículo e sem noção.  (Fernanda Câncio)



Eu confesso que fico um bocadinho fodido quando entro numa loja, supermercado ou outro sítio qualquer, e toda a gente que me atende desata a desejar-me bom Natal ou boa Páscoa sem me conhecer de lado nenhum, e sem eu exibir uma cruzinha ao peito. 

Se agora até saiu uma lei europeia que permite, por parte do patrão, a proibição da exibição de símbolos religiosos, acho que dentro dessa neutralidade, bastaria o bom senso para dar indicações aos trabalhadores, para não partirem do pressuposto que determinado cliente é cristão, muçulmano, budista, pagão, ou de outra qualquer religião. 

sexta-feira, 14 de abril de 2017

As Mamas e as Bombas


Operatic - Eugenia Loli

"Por outro lado, e visto por esta ótica, não acham que seria muito interessante poder prever as reações que teriam face a certos estímulos os governantes que vamos eleger? Seria sensacional poder saber se um par de mamas é capaz de enlouquecer um indivíduo e torná-lo capaz de lançar bombas ou desencadear uma guerra para resolver os seus problemas sentimentais."

Livro das Emoções / Laura Esquivel (2000)


A Mãe de Todas as Bombas

Candy Bomber (2014)




Dúvida Existencial: Semana Santa



Visto que em Portugal não existe separação entre a lacidade do Estado e a Religião, e hoje até é feriado católico e tudo, surge-me contudo uma dúvida existencial:

Se estamos em plena "Semana Santa", por que é que então só é feriado na Sexta-Feira? A Segunda-Feira também não é Santa? Nem os restantes dias da semana porquê? Para quando então uma semana inteira de férias devoção e fé e os católicos terem tempo de limpar a casa e os passeios para a visita pascal? 

...nem bom Comportamento

Ainda nem uma semana passou desde a notícia de que mil alunos portugueses, na casa dos 18 anos foram expulsos de Espanha, e já outra notícia ecoa além fronteiras: o aberrante caso dos cânticos da claque troglodita do Futebol Clube do Porto, que nem a memória dos mortos da Associação Chapecoense respeita, nem tem respeito pelos próprios adeptos do clube que repudiam tais manifestações, e isto poucos dias depois de um dos elementos da claque ter, em campo e para toda a gente ver, ter partido o nariz de um árbitro de futebol. 

Eugenia Loli

Em Portugal, como em quase todos os países, gostamos de rebaixar os nossos vizinhos, no nosso caso os espanhóis, e usamos um provérbio que diz que "de Espanha nem bom vento nem bom casamento". Pois o que eu acho é que na verdade quem tem telhados de vidro não deveria atirar pedras aos outros, porque pelo que se tem visto: de Portugal nem bom vento, nem bom Comportamento.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

O Pedido de Desculpa

Isolado no meio do maralhal, aproxima-se um senhor já conhecido de outras andanças, com idade para ser meu pai e diz-me:

"Lembra-se daquela caminhada às minas em Paredes? E lembra-se de estarmos no restaurante e eu ter-me exaltado e ter sido inconveniente consigo? Já há muito que andava a ver se o encontrava para lhe pedir desculpa. Aquilo não foi normal, eu não costumo agir assim e queria-lhe pedir desculpa."



Costuma-se dizer que as desculpas não se pedem, evitam-se. Mas neste caso o pedido de desculpa desarmou-me completamente, talvez por já ter passado tanto tempo. Está quase a fazer um ano desde essa ocorrência, e o senhor ficou a remoer naquilo. Eu e ele não temos qualquer relação. Somos simplesmente dois estranhos que nos juntamos em determinados eventos. Ele não precisa de mim para nada, tal como eu não preciso dele. Mas ele fez questão de vir junto de mim pedir-me desculpa. E isso tem de demonstrar alguma grandeza, pois talvez até seja quando erramos que nos podemos mostrar humildes e nobres. Este pedido de desculpa como que, de imediato, limpou a má imagem com que eu tinha ficado, e ao mesmo tempo criou uma imagem positiva.

"Ah não pense mais nisso" disse-lhe enquanto lhe afagava o braço. 

De facto deveríamos evitar começar falhar com os outros para evitar ter de pedir desculpa. Mas infelizmente não somos perfeitas. E para que haja uma reconciliação é preciso perdoar, mas primeiro é conveniente pedir desculpa.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Admiração pelo Outro

theodysseyonline.com

"Eu acredito piamente, que uma relação amorosa, para durar, tem de incluir uma dimensão de admiração pelo outro. Cuidado. Não idolatria. Mas nós temos de admirar uma ou outra coisa pelo menos no outro."

Júlio Machado Vaz



domingo, 9 de abril de 2017

A Saudade


"...não digas a ninguém
mas esta noite vou partir...
...para encontrar de quem tenho saudades"


"The longing" / Pirate Scum/  Storm Seeker (Versão Hurdy Gurdy) / 2016

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Erica

O android mais bonito e autónomo do mundo... 
ou como o futuro está mais próximo do que podemos pensar

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Pinturas Faciais

"Acho que dos meus seguidores és o único que não usa maquilhagem". 

Via Pinterest
Estaríamos em 2006 ou 2007, por aí. Certo dia reparo num dos jovens que fazia trabalho temporário lá na empresa. Ele tinha uma cara estranha. Não é que o gaijo tinha as sobrancelhas aparadas, de onde já nasciam novos pelos? Já antes tinha reparado, que os pelos das mãos peludas de um colega, que até tinha responsabilidades de chefia, tinham, subitamente, desaparecido! Desde logo percebi que estava aberta a Caixa de Pandora: não faltaria muito para que em breve eu fosse um autêntico homem das cavernas!

Maquilhagem nos homens, para mim, era coisa de bandas de Black Metal. E é curioso que a esse respeito, agora até me lembro de certa vez ter ido a casa do Tião, um colega do secundário. O Tião tinha o cabelo comprido, preto, abaixo dos ombros. Era baixinho e magro, e andava de Vespa. E andava também com umas camisolas um bocado rotas.

Certo dia ele fazia anos e íamos jantar num qualquer tasco do Porto com amigos dele, e ele disse para eu ir lá a casa dele. Um casarão. com vista privilegiada para o rio Douro, e com, por exemplo, uma bateria no quarto onde eu me pus para lá a bater como se percebesse alguma coisa daquilo. Ele pediu-me para eu o pintar com umas pinturas que comprou para o efeito. E pediu-me que o pintasse como um dos gaijos dos Immortal (na imagem), e eu até acho que a coisa nem correu mal.