terça-feira, 13 de outubro de 2015

Porque estar estar triste ainda não é uma doença

"Não estará na altura de procurares um medico? Isso começa a soar a depressão."

Nunca até hoje tomei uma aspirina, drogas para as dores de cabeça, nem merdas para as constipações ou gripes (que muito raramente tenho), nem nunca tomei a vacina da gripe apesar de até já ma terem prescrito. Tal nunca tomei anti-depressivos, uma das drogas mais consumidas em Portugal. É vê-los por aí, aos drogados, a darem o seu chuto de anti-depressivos e a ficarem com aquele sorriso palerma, com uma verdadeira moca, típica de quem não sente nada. 

E até hoje nunca estive numa cadeira dum psiquiatra ou psicólogo. E o que eu acho é que os médicos ocidentais, infelizmente, estudam e sabem muito mas é de doenças, mas de saúde sabem muito pouco. E o que a medicina ocidental faz, é esconder. É varrer para debaixo do tapete. Fazer de conta que os problemas não existem. Não pretendem curar. Nem convém! Convém é manter a pessoa numa espécie de morto-vivo o mais tempo possível. Uma pessoa curada e com saúde não vais aos médicos, não gasta dinheiro, e a saúde privada é o negócio mais rentável do mundo, só perde mesmo para a venda de armas. Sim, faz-se negócio com a saúde e as vidas das pessoas. 

Mas a medicina ocidental faz de conta. Temos uma dor, não vamos tratar o órgão que está a provocar a dor. Não. Vamos fazer de conta que a dor não existe. Toma-se uma droga qualquer e deixamos de sentir essa dor. Trata-se o desconforto, não se trata a doença. E faz-se de conta que o problema já não existe. E se não dói está tudo bem, problema resolvido. 



E as pessoas hoje em dia - os portugueses como mais ninguém na Europa - correm para os médicos porque estão deprimidas e frustradas. E os médicos lá lhes dão a dose que tomam, e deixam de sentir. Os problemas que motivam essa tristeza e frustração mantêm-se, mas faz-se de conta que está tudo bem e ficam com o sorriso-palerma como se tivessem sido picadas pela mosca tsé-tsé. E ficam agarradas à droga e à sua dose diária para conseguirem suportar viver. E enriquecem médicos e farmacêuticas e todos ficam contentes. 

E eu sei perfeitamente que não tenho andado muito bem. Afinal sou humano não sou um cyborgue como me dizia uma amiga há semanas. E nem sempre os ventos nos são favoráveis. Por vezes vêmo-nos mesmo no meio de uma tempestade que parece não ter fim à vista. Mas não é um médico que me vai resolver alguma coisa. Só eu me posso ajudar. E depois eu não faço de conta, nem gosto de fingir que está tudo bem quando não está. Nem me quero tornar num morto-vivo picado pela mosca tsé-tsé. Porque na verdade eu gosto é de sentir, sou mesmo viciado em sentir, e por vezes quanto mais intensidade melhor. E porque sofrer ainda é viver certo?

Eu não vou ao médico porque estar triste ainda não é uma doença. 

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