segunda-feira, 26 de maio de 2014

Eleitorado português com síndrome de Estocolmo

Não ter televisão poupa-nos aquele espetáculo deprimente das televisões, em que todos os partidos em noite eleitoral afirmam ter sempre uma vitória, bem como ter de levar com os comentadores da treta que as televisões escolhem para puxarem a brasa ao partido que defendem. Em vez de se convidarem pessoas minimamente isentas e não militantes de nenhum partido, não, vão escolher para comentadores ex-políticos mais ou menos frustrados mas com ambições de, quem sabe, ainda virem um dia a conseguir mais um tacho. 

E passava agora os olhos pelas capas dos jornais, precisamente para ficar a saber os resultados das europeias de ontem, que ao que parece ainda nem são definitivos, mas comprovo mais uma vez o óbvio. Grande parte dos eleitores portugueses estão doentes e sofrem de Síndrome de Estocolmo. Deveriam fazer acompanhamento psicológico (ou psiquiátrico?) e só então depois de curados desta patologia grave, poderiam e deveriam usar do seu direito de voto. 

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Desde que passamos a ter eleições livres, Portugal tem sido governado sistematicamente e sem qualquer mudança, por três partidos. Ora um sozinho ou então coligados, aos pares, ou então os três juntos, como me parece que se prepara para voltar a acontecer, seguramente, para o ano. São eles, e quem neles sistematicamente vota, os únicos responsáveis pelo estado de coisas a que chegamos. Mas ironicamente o eleitor continua a escolher sempre os mesmos, como ontem se verificou. 

Mas porquê? Como é que isso se explica? É por burrice? Por ignorância? Por masoquismo? Por medo da mudança? 

Da mesma forma que se explica o porquê das vítimas de violência doméstica, que anos e anos, sofrendo violência psicológica, ameaças, e muitas vezes levando mesmo porrada, passam a vida a defender o seu agressor, que coitado não tem culpa de ser assim, e muitas vezes só deixam mesmo de o defender quando vão parar ao cemitério. 

O português é roubado, é humilhado, insultado e literalmente fodido por estes três partidos há quase quarenta anos, mas sempre que tem a possibilidade de mudar alguma coisa, não muda, faz finca-pé, e defende com unhas e dentes o seu agressor, até à morte se for preciso. 

1 comentário:

  1. O povo é muito estranho...!!!
    Fala...fala...fala....para quê?!
    Fazem sempre a mesma asneira...

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